A volta
das chuvas no semiárido nordestino trouxe a esperança de dias melhores ao
sertanejo, mas ainda estão longe de acabar com a devastação ambiental causada
pela seca desde o início de 2012. Segundo especialistas e autoridades, a
recuperação de um período de estiagem tão longo e intenso só deve acontecer em
um década. Isso, caso as chuvas voltem à média nos próximos meses e ações
governamentais sejam tomadas para garantir o abastecimento de água. A seca
2012-2013 já é considerada a pior em pelo menos 40 anos.
Em muitas regiões do sertão, a semana foi de chuva intensa, que chegaram a
causar prejuízos e levaram municípios que sofriam com a seca a decretar
emergência no Piauí e na Bahia. Porém, devido ao deficit hídrico acumulado, as
chuvas não devem ser capazes de suprir toda a carência deixada nos últimos
meses. É a chamada "seca verde", quando o pasto floresce, o chão fica úmido, mas
não houve um bom acúmulo de água.
"As chuvas que caíram esses dias foram importantes, mas não foram suficientes
para a regularização do deficit hídrico no Estado. O que tem chovido não
corresponde a 10% do necessário para a normalização hídrica do Estado. É
necessário que as chuvas continuem a cair", afirma o meteorologista da
Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Sergipe, Overland Amaral.
Mesma situação de "seca verde" é enfrentada na Bahia. "Essas chuvas deram uma
aliviada, mas não resolvem o problema, pois o deficit é muito grande e vem de
longo tempo. Há ainda um prejuízo muito grande para a agricultura, pois a
retomada vai demorar muito tempo.", afirma o coordenador da Defesa Civil da
Bahia, Salvador Brito.