O brasileiro João Havelange renunciou secretamente ao cargo de presidente
honorário da Fifa, a organização que controla o futebol mundial, para evitar
punições após ser acusado de receber subornos.
Um relatório do comitê de ética da Fifa publicado nesta terça-feira indicou
Havelange, seu ex-genro e ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de
Futebol), Ricardo Teixeira, e Nicolás Leóz, que renunciou na semana passada ao
cargo de presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), como
receptores de propinas em um escândalo envolvendo a falida agência de marketing
esportivo ISL. O relatório revelou que Havelange, que tem 96 anos, renunciou ao cargo no dia
18 de abril e que mais nenhuma ação será tomada em relação ao cargo.
Segundo o juiz da corte de ética da Fifa Joachim Eckert, que comandou as
investigações, as acusações contra os três são anteriores à entrada em vigor do
novo código de ética da entidade, adotado no ano passado após Ricardo Teixeira
renunciar à Presidência da CBF, ao comando do comitê organizador da Copa do
Mundo de 2014 e ao comitê executivo da Fifa.
Havelange se tornou presidente honorário da Fifa após deixar o comando da
organização, que presidiu entre 1974 e 1998. Ele já havia renunciado em 2011 ao
seu cargo no COI (Comitê Olímpico Internacional) para evitar punições por conta
das acusações sobre o caso.
O relatório divulgado pela Fifa nesta terça-feira também exime o atual
presidente da organização, Sepp Blatter, de qualquer envolvimento com
irregularidades. Blatter disse ter recebido o resultado das investigações "com
satisfação".