Praticamente não se ouve mais nas rádios o inconfundível vozeirão do
cantor mineiro de Ubá, Nelson Ned. “O Pequeno Gigante da Canção”, como
era conhecido, fez grande sucesso cantando músicas românticas nos anos 60 e 70, tanto no Brasil como no exterior. Foi bastante conhecido em toda a América Latina e em especial no México. Em sua carreira artística
ele gravou 32 discos em português e espanhol e vendeu cerca de 45
milhões cópias, sendo que o seu maior sucesso foi a música “Tudo
Passará”. Um dos seus maiores apoiadores foi o Chacrinha, apesar de que
foi o radialista Aldair Pinto, da rádio Inconfidência de Belo Horizonte,
quem lhe deu a primeira oportunidade de cantar no rádio, logo no início
dos anos 60.
Hoje, aos 66 anos de idade e doente (o artista perdeu a vista do olho direito e vive em uma cadeira de rodas),
encontra-se internado em uma clínica de repouso na cidade de São
Roque/SP e com parcos recursos financeiros para sobreviver. Sofrendo com
problemas de saúde causados pelo diabetes e hipertensão arterial, o
cantor também foi diagnosticado com o Mal de Alzheimer em seu estágio
inicial. Nelson Ned começou a ter a sua saúde abalada em decorrência das
drogas (cocaína e álcool) do qual foi usuário até o início de 1993,
quando após um longo tratamento, largou o vício.
Além disso, sofrera um
derrame cerebral em novembro de 2003, do qual demorou cerca de quase
três anos para se recuperar. Tendo dividido o palco com cantores
conhecidos internacionalmente como Júlio Iglesias e Tony Benett, chegou
em uma das suas turnês pelos Estados Unidos a se apresentar no Carnegie
Hall e no Madison Square Garden, ambos em Nova York.
Separado a três anos de Maria Aparecida e com poucos recursos financeiros
para sobreviver, hoje ele é tutelado e está sob a guarda da sua irmã
Neuma, que ficou responsável pelos direitos autorais das suas músicas,
sendo isso a sua única fonte de renda atualmente. A casa onde morava na
zona sul de São Paulo junto com a ex-esposa, pegou fogo no ano passado e
até à pouco estava sem reforma. Boa parte do acervo do cantor perdeu-se
com o incêndio (discos, fitas, vídeos, álbuns e prêmios). É triste ver o
Nelson Ned nesta situação, pelo tanto que ele já fez pela música
brasileira.