A cantora de uma música só Anitta deixou um ensinamento à juventude:
você só vai se parecer com a Wanessa se tiver muito dinheiro. Caso
contrário, contente-se em ser você mesma. Dá uma olhada no antes e no depois da senhorita Larissa de Macedo
Machado. Não é impressionante o que a medicina plástica é capaz de
fazer? Tudo em nome do show business, dirá a jovem que antes da fama se
dizia desencanada com beleza. Sei.
Não é à toa que a música brasileira está sete palmos abaixo da mediocridade. Já escrevi aqui que precisamos de cantoras feias. Em vão. Continuam chegando aos nossos palcos borbotões de gente
bonitinha, mas ordinária. Ninguém fica pra contar a história, é verdade.
Em poucos meses, as salas de cirurgia despejam novas fornadas de corpos
siliconados, amputados e coitados.
Tudo isso pra quê? Para alimentar a besta fera do hedonismo mais
chinfrim. Ai, que saudades das pessoas superficiais de antigamente —
elas quase tinham algum conteúdo, além de implantes. Marylin Monroe hoje
em dia seria uma intelectual. Pena que seria tratada como uma baranga
obesa mórbida.
Assim caminha a humanidade, cavando cada vez mais fundo o poço que
separa as pessoas normais de seus avatares. Isso, claro, se você tiver
milhares de reais para colocar sua alma à venda. Porque o corpo humano,
convenhamos, não vale mais um único tostão.
O Provocador
O Provocador
