Uma estrela identificada por um grupo de astrônomos pode ser a anã
branca mais fria e com brilho mais fraco já identificada. A temperatura
estimada do astro – de cerca de 2,7 mil ºC – determina que o carbono que
o compõe tenha provavelmente cristalizado, o que faria dele um grande
diamante, do tamanho da Terra.
As anãs brancas são estrelas que têm mais ou menos o tamanho da
Terra, compostas principalmente por carbono e oxigênio. Trata-se do
estágio final da maioria das estrelas e tendem a esfriar e desaparecer
ao longo de bilhões de anos. A descoberta foi possível graças a observações feitas em instrumentos
do Observatório Nacional de Radioastronomia (NRAO) e em outros
observatórios.
Primeiro, os astrônomos identificaram uma um pulsar chamado “PSR
J2222-0137″. Pulsares são estrelas de nêutrons, corpos muito densos com
enorme gravidade, que giram rapidamente. É possível detectá-los por
radiotelescópios, pois eles emitem ondas de rádio enquanto giram. Os astrônomos identificaram que o pulsar girava 30 vezes por segundo e
estava gravitacionalmente ligado a um segundo corpo celeste, que
poderia ser tanto outra estrela de nêutrons quanto uma estrela anã
branca.
Depois de observarem esse pulsar durante dois anos, cálculos
permitiram determinar a distância do sistema em relação à Terra, de 900
anos-luz. Isso tornou possível uma análise mais precisa dos efeitos da
gravidade do segundo objeto e a determinação da massa das duas estrelas. A conclusão foi a de que o segundo objeto teria de ser
necessariamente uma anã branca, de acordo com as informações coletadas. A
equipe de astrônomos pôde, inclusive, determinar a localização precisa
da anã branca. Mas ao tentar observar a região com luz óptica e
infravermelha, nada foi detectado.