Pré-candidato a presidente pelo PSDB, o senador Aécio Neves tem
calibrado seu discurso para um tom cada vez mais duro na área de
segurança pública. É uma tentativa de se apresentar de maneira diferente
em relação a seus adversários diretos na corrida pelo Planalto. Em entrevista à Folha e ao UOL, Aécio disse que, se eleito, pretende
reduzir o número de ministérios dos atuais 39 para 21 ou 22. Deseja
também redefinir a função de algumas pastas. Fala em renomear o
Ministério da Justiça com o complemento “e da Segurança Pública”,
enfatizando a necessidade de combater o crime em todo o país.
É uma resposta do tucano a uma das principais preocupações dos
eleitores, captadas por várias pesquisas de opinião. Ao adotar essa
narrativa, tenta também surfar num momento de intensas manifestações de
rua, muitas com atos de violência. O senador quer que os repasses de recursos federais para uso em
segurança sejam mensais e compulsórios para os Estados, “que poderão
planejar os seus investimentos”. O tucano diz que nos oito anos em que
governou Minas Gerais (2003-2010) ficou esperando recursos para
construir penitenciárias. “Sabe quando vieram? Nunca”.