Um habeas corpus preventivo pede que Luiz Inácio Lula da Silva não seja preso na Operação Lava-Jato,
que investiga desvios na Petrobras. O pedido foi protocolado,
eletronicamente, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), às
16h20min de quarta-feira.
A solicitação
foi feita por Mauricio Ramos Thomaz, morador do Estado de São Paulo.
Segundo a assessoria de imprensa do TRF4, o cidadão já protocolou outros
pedidos semelhantes para outras personalidades. A decisão do habeas
corpus preventivo caberá ao desembargador João Pedro Gebran Neto,
relator do processo, que ainda não se manifestou.
O Instituto
Lula, por meio da assessoria de imprensa, reforçou que o pedido não foi
ingressado pela entidade ou por qualquer representante do ex-presidente e
que "o instituto e Lula não são objeto de investigação na operação". O
habeas corpus preventivo se refere a um possível pedido de prisão
preventiva nas investigações comandadas pela Polícia Federal (PF) do
Paraná, caso o juiz responsável pelo caso, Sérgio Moro, decida pela
detenção.
A prisão dos presidentes da Andrade Gutierrez e da Odebrecht,
na última sexta-feira, indicou que Lula pode ser o próximo alvo das
investigações. A fase da Lava-Jato na qual os executivos foram detidos
foi batizada de Erga Omnes (expressão latina que significa "contra
todos" ou que "a todos atinge") e foi precedida do vazamento de
informações sobre patrocínios ao Instituto Lula e de pagamentos
milionários da Odebrecht por palestras do ex-presidente.
Entre os
policiais federais que trabalham na Lava-Jato, a solicitação de habeas
corpus preventivo causou estranheza, já que a PF não pediu a prisão
preventiva de Lula. Um delegado que investiga os desvios na Petrobras
confirmou, nesta quinta-feira, que sequer há inquérito formal instaurado
a respeito do possível envolvimento do ex-presidente no esquema.
Ele disse, também, que o Ministério Público Federal (MPF) não faria o pedido de prisão sem investigação prévia da PF. — Isso é obra de alguém que se assustou — comentou o delegado.