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25 de agosto de 2015

Prefeitos 'cortam na carne' e reduzem salários em vários locais do Brasil

A severa crise econômico-financeira chegou aos bolsos de prefeitos e vereadores de várias cidades do Brasil - e isso não é uma figura de linguagem. Com queda acentuada nas receitas, municípios estão com dificuldades para pagar funcionários e, entre outras coisas, cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Em alguns locais, não houve alternativa: administradores e parlamentares tiveram de reduzir os salários para amenizar os problemas e fazer sobrar algum dinheiro para emergências, ou então cancelar reajustes de salários e verbas de gabinete anteriormente aprovadas. Na maioria dos casos, as iniciativas partiram dos próprios políticos por pura necessidade. Mas a população forçou a adoção da medida em pelo menos dois casos, ambos no Paraná.

Em Santo Antônio da Platina, município de 40 mil habitantes (a 364 km de Curitiba), só após uma grande pressão da população o prefeito Pedro Claro de Oliveira Neto (DEM) resolveu modificar projeto que havia enviado para a Câmara Municipal, aumentando seus vencimentos de R$ 14,7 mil para R$ 22 mil. Após a interferência da população, o salário de Oliveira Neto será reduzido para R$ 12 mil. Os salários dos vereadores e membros do primeiro escalão do município também serão diminuídos.

Já em Jacarezinho (a 386 km de Curitiba), município também com 40 mil habitantes, os vereadores foram pressionados a aprovar uma redução de 30% dos salários da próxima legislatura. Durante as sessões da Câmara, um som do miado de gatos, reproduzido por moradores da cidade, pressionava os membros da Casa a reduzir seus salários.

O miado foi feito a propósito de um dos vereadores de Jacarezinho que, em tom de deboche, afirmou que os manifestantes eram somente "uns poucos gatos pingados". O som do miado virou símbolo dos manifestantes, e os "gatos pingados" conseguiram fazer os vereadores recuar em uma tentativa de aumentar os seus salários. Quem se eleger vereador em Jacarezinho em 2016, terá direito a uma remuneração mensal de $ 4,34 mil, em vez dos atuais R$ 6,2 mil.