Cerca de 1,1 milhão de pacientes deverão
ficar sem acesso a medicamentos que não serão mais vendidos pelo modelo
de copagamento do programa Farmácia Popular, segundo a Interfarma
(associação do setor farmacêutico). “A modalidade, em que o governo subsidia
até 90% para compra de medicação, será a mais prejudicada pelo corte de
R$ 578 milhões anunciado pelo Ministério da Saúde”, diz Antônio Britto,
presidente-executivo da entidade.
Entre os fármacos que vão deixar de ser
ofertados pelo programa na rede privada, sem que tenham um equivalente
nas unidades públicas de farmácias, estão produtos usados para o
tratamento de Parkinson, rinite e glaucoma. “O consumidor passará a pagar no ano que vem pelo custo total”, lembra Britto. “O impacto na população demonstra a
crise pela qual passa a saúde.” Em torno de 3 milhões de pessoas são
beneficiadas hoje pelo sistema, estima a Interfarma.
Desse total, 1,8 milhão de pessoas ainda
poderão encontrar os medicamentos nas farmácias públicas a partir de
2016, mas como a rede é menor, o acesso será restrito. A rede privada tem 35,4 mil
estabelecimentos em 4,4 mil cidades, enquanto a pública tem 528 em 420
municípios, segundo a associação. Em nota, o Ministério da Saúde disse que cortes no programa precisam ser aprovados pelo Congresso.