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19 de dezembro de 2015

Catilinárias: Henrique Alves faria parte da "turma" que recebia dinheiro da OAS, diz PGR

Quatro dias após a Operação Catilinárias, que realizou buscas no apartamento do ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB), começam a surgir as razões pelas quais o Supremo Tribunal Federal (STF) envolveu o potiguar como suspeito nas ações realizadas pela Polícia Federal em Natal. Segundo consta em uma das manifestações do ministro Teori Zavascki, o procurador-geral da República Rodrigo Janot teria reunido indícios de que o dono da OAS, José Adelmário Pinheiro, um dos empreiteiros condenados na Lava Jato, teria supostamente pago ao vice-presidente Michel Temer (PMDB) a quantia de R$ 5 milhões. Parte da verba paga pela OAS teria como destino, entre outros nomes, o do ministro Henrique Alves.

De acordo com reportagem da Folha de São Paulo deste sábado (19), a menção do pagamento está em uma troca de mensagem via WhatsApp entre Léo Pinheiro e o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cunha teria cobrado Pinheiro por ele ter pago de uma vez a quantia a Michel Temer e adiado os compromissos com a "turma", afirmou Janot, conforme reprodução feita no documento assinado por Teori. As mensagens foram encontradas no celular do dono da OAS, apreendido em 2014.

A "turma" mencionada nos autos, de acordo com interpretação do procurador-geral da República, refere-se a integrantes da cúpula do PMDB, como Henrique Alves, que já foi presidente da Câmara dos Deputados durante seu último mandato como deputado federal. Além do potiguar, o ex-deputado e ex-ministro Geddel Vieira Lima (BA). As circunstâncias do pagamento, se foi doação oficial ao partido, caixa dois ou propina e a data da troca de mensagens são mantidas em em sigilo pela PGR.

Os indícios teriam fundamentado as buscas da operação catilinárias nas residências de Henrique Alves, Eduardo Cunha e outros envolvidos na última terça-feira. No documento que está nos autos da Catilinárias não é dito expressamente que o suposto pagamento de R$ 5 milhões a Temer era propina, mas a menção ao vice-presidente aparece em um contexto geral de pagamento de suborno a peemedebistas.

Nesta sexta-feira o vice-presidente negou, em reposta à Folha de São Paulo, ter recebido qualquer recurso de origem ilícita. Procurado pela Folha, Henrique Alves se limitou a dizer que "a OAS foi uma das colaboradoras oficiais da campanha do PMDB em 2014".