A ex-senadora e ex-candidata a
presidente da República Marina Silva (Rede) retomou as críticas à
presidente Dilma Rousseff (PT) e afirmou, em entrevista à Rádio Gaúcha,
que a adversária “não tem mais a liderança política no País nem maioria
no Congresso”.
Marina disse que Dilma e o
vice-presidente Michel Temer (PMDB) são os responsáveis pelos desmandos
geradores, na avaliação dela, da crise brasileira e defendeu o processo
de cassação da chapa vitoriosa das eleições de 2014 como forma de
afastá-los do cargo.
“No meu entendimento, o melhor caminho
para o Brasil é o processo que está no TSE (Tribunal Superior
Eleitoral), porque teria a cassação da chapa com a comprovação de que o
dinheiro da corrupção foi usado para a campanha do vice e da
presidente”, afirmou Marina.
Como já tinha feito, a ex-senadora
procurou não defender o processo de impeachment que tramita na Câmara
dos Deputados, mas discordou da tese do governo de que o procedimento
aberto pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é golpe.
“Impeachment não é golpe. Está previsto
na Constituição, foi feito contra (o ex-presidente da República e atual
senador, Fernando) Collor, foi pedido pelo PT várias vezes e eles
achavam que não era golpe”, afirmou.
Marina disse que a Dilma “não disse a
verdade” durante a campanha a presidente em 2014 sobre a economia
brasileira, o que apenas agravou a situação do País no ano passado, o
primeiro do segundo mandato dela.
“Se (Dilma) tivesse trabalhado com a
verdade, assumiria que corríamos grave risco em relação aos inúmeros
problemas que tivemos desde 2008. É engraçado porque (enquanto) países
do mundo correram atrás para resolver a crise, disseram que era apenas
uma marolinha e chegaram a dar lição de moral até para a Alemanha”,
afirmou a ex-senadora, em uma crítica também ao ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Uma das favoritas à eleição presidencial
em 2018, segundo as mais recentes pesquisas de intenção, Marina disse
que ainda não tem clareza se será novamente candidata. No entanto, ela
voltou a criticar os ataques sofridos por ela durante o pleito de 2014,
principalmente pelo PT, seu ex-partido político, e pela presidente
Dilma.
“Diziam que, se eu ganhasse, o governo
não teria maioria no Congresso e hoje a presidente não tem maioria.
Diziam que, se eu ganhasse, eu iria tirar alimentos das pessoas pobres e
isso ocorre com a inflação que atinge a mesa dos brasileiros. Diziam
que, se eu ganhasse, iria acabar com Pronatec e Prouni e isso o atual
governo está fazendo. As pessoas projetam em você o que vão fazer”,
concluiu.
Isto É, com Estadão