Políticos do PT, muitos deles com
mandato, deflagraram no fim do ano passado sondagens para a criação de
um novo partido. Nos últimos meses, as discussões envolveram cerca de 25
parlamentares, todos eles insatisfeitos com os rumos da legenda nesses
tempos de crise. Movimentos sociais também foram acionados para
discutir, de forma reservada, a proposta. Dissidentes afirmam que a
ideia é retomar as conversas após as eleições municipais deste ano.
Dirigentes
do PT têm conhecimento da operação, mas colocam panos quentes. “Isso
ficou forte na época do Eduardo Cunha [quanto o governo ainda defendia o
diálogo com ele], mas já diminuiu”, disse um petista graúdo. O
ex-governador Tarso Genro (RS), que esteve em algumas das reuniões para
tratar do tema, afirma ser “natural” debater o assunto em um período “de
grave crise partidária”, mas diz que agora não é o momento para
discutir a proposta.
“Sem reestruturar o sistema político, partidos presentes e futuros terão os mesmos problemas”, defendeu Genro. O PT
convidará Lula para participar do programa nacional que o partido
veiculará na TV em 23 de fevereiro. A peça será produzida pelo
marqueteiro Edinho Barbosa. No PT e na Esplanada, a conclusão é a mesma: o Instituto Lula subestimou a ofensiva contra o ex-presidente.