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30 de maio de 2016

Após crítica à Lava Jato, ministro da Transparência pede demissão

O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, pediu demissão na noite desta segunda-feira. Após um convite para ficar na pasta, ele telefonou para o presidente interino Michel Temer (PMDB) e comunicou sua decisão de deixar o cargo. Depois de Romero Jucá (PMDB-RR), ex-Planejamento, ele é o segundo ministro a cair no governo interino do presidente Michel Temer (PMDB) com a revelação de gravações do ex-diretor da Transpetro Sergio Machado, alvo da Operação Lava Jato, que fechou acordo de delação premiada.

Temer não vai se pronunciar nesta segunda. Ele ainda não decidiu quem substituirá o ministro demissionário. Fabiano Silveira havia conversado mais cedo com presidente interino. Temer pediu que ele se decidisse e então fizesse um comunicado à imprensa, a exemplo do que combinou com Jucá. Silveira sofreu forte pressão dos servidores do órgão. Ao longo do dia, os chefes das 26 Controladorias Regionais da União anunciaram que estavam colocando os cargos à disposição, assim como uma série de servidores que ocupavam funções de confiança.

A revelação de diálogos entre Silveira, Sergio Machado e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também alvo da Lava Jato e seu padrinho político, acabaram com a credibilidade de Silveira. O sindicato dos servidores da Controladoria-Geral da União (CGU), órgão que deu origem ao ministério, passou a criticar a ingerência política e promoveu protestos na frente do Palácio do Planalto e na sede do ministério em Brasília. "O Sr. Fabiano não preenche os requisitos de conduta para estar à frente de um órgão que zela pela transparência pública e pelo combate à corrupção", disse a Unacon Sindical.

Em nota, a representação da Transparência Internacional no Brasil rompeu relações com o governo brasileiro e cobrou a demissão do ministro e pediu a investigação do governo sobre os indícios de que Silveira aconselhou alvos da Lava Jato sobre como se defender das apurações. "O governo deve garantir que quaisquer membros do ministério envolvidos em corrupção ou trabalhando contra o curso das investigações sejam exonerados", diz a nota. "Não deve haver impunidade para os corruptos e nem acordos a portas fechadas. É decepcionante que o ministro encarregado da transparência esteja agora sob suspeita, como parte de uma operação abafa.", disse, na nota, Alejandro Salas, Diretor para as Américas da Transparência Internacional.