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29 de outubro de 2016

Em cinco anos, Brasil teve mais assassinatos que a Síria

Em 2015, 58.383 pessoas foram assassinadas no Brasil. Equivale a dizer que o país teve um assassinato a cada 9 minutos, ou que 160 pessoas morreram de forma violenta e intencional por dia. No período de 2011 a 2015, o país matou mais pessoas que a Síria: foram 278.839 brasileiros mortos pela violência, número ainda maior que os 256.124 mortos pela guerra. Os dados inéditos fazem parte do 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que será lançado no dia 3 de novembro pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Dos mais de 58 mil mortos, estima-se que só 8% dos casos tenham sido solucionados. Além de divulgar os dados de 2015, anuário também revisou os de 2014; foram 59.086 homicídios registrados naquele ano, mais que os 58,5 mil que haviam sido informados no anuário anterior. Por isso, embora o número de 2015 seja 1,2% menor que o de 2014, não dá para falar em redução das mortes violentas intencionais, conceito que engloba os crimes de homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte, mortes causadas por confronto com as polícias e policiais mortos.

“Usamos como base as informações enviadas pelos Estados, e eles sempre atualizam. Pode ser que esse número de 2015 também aumente. Então não falamos em queda, mas em estabilização dos homicídios”, explica Samira Bueno, diretora-executiva Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Nas estatísticas da violência, o Brasil também se destaca tanto no alto número de policiais que matam quanto dos que morrem. Em 2015, enquanto Honduras e África do Sul tiveram, respectivamente, 98 e 582 vítimas que morreram por violência policial, a polícia brasileira acumula 3.345 mortes.

Por outro lado, entre 2009 e 2015, 733 policiais foram assassinados em serviço no Brasil, mais que o dobro do registrado nos EUA, 344. Já o número de policiais que morreram fora de serviço no Brasil- em folga ou trabalhando em “bicos” para complementar a renda” – subiu de 186 em 2009 para 290 em 2015, alta de 55%. De 2009 a 2015 1.839 policiais foram assassinados fora do horário de expediente.