Por 14 votos favoráveis e 11 contrários, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou o relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) sobre a reforma trabalhista. Imerso em intensa crise política, o governo tem feito esforços para fazer avançar a reforma trabalhista no Senado, buscando com isso sinalizar aos mercados que tem fôlego para tocar as reformas, vistas como cruciais para recolocar o país em trajetória de crescimento sustentável.
A proposta segue agora para duas comissões do Senado – Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) – antes de ir para o plenário da Casa. Os quatro destaques apresentados ao texto foram rejeitados (leia aqui a íntegra da proposta aprovada na Câmara, que não sofreu alterações no Senado). Os senadores de oposição fizeram questão de ler seus votos em separado, o que foi chamado pelo líder governista, Romero Jucá (PMDB-RR) de obstrução branca.
O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que tentou interromper a votação da reforma trabalhista por meio de requerimento, se posicionou juntamente com a oposição contra a reforma trabalhista. “É indiscutível que maioria da bancada do PMDB é a favor da reforma trabalhista, mas não vou me calar. Em minha carreira, nunca deixei passar a impressão de que flexibilização de direitos resolve o problema da economia”, afirmou.
Renan criticou a estratégia governista de editar uma medida provisória para fazer modificações no texto do projeto, dizendo que isso nada mais é do que levar a discussão novamente para a Câmara. “O próprio presidente sugeriu editar uma medida provisória. O que seria editar uma MP, se não levar esse assunto de novo para a Câmara? Quanto mais tempo entendermos que podemos ganhar com a reforma para atender não sei lá a quem, deixamos de cumprir o papel do Senado Federal”, afirmou.