A Sondagem das indústrias Extrativas e de Transformação do Rio Grande do Norte, elaborada pela FIERN, revela que a produção industrial potiguar caiu em junho, mostrando que a reação positiva registrada em maio não se manteve, segundo a percepção dos empresários. Em linha com a queda da produção, o emprego industrial também recuou entre maio e junho, mantendo a tendência negativa que vem sendo observada desde outubro de 2017.
O indicador de evolução do número de empregados caiu 2,5 pontos, passando de 47,6 para 45,1 pontos, mostrando queda em relação ao mês anterior. Na comparação com junho de 2018, o indicador declinou 3,7 pontos (48,8 pontos).
O emprego caiu nos dois portes de empresas pesquisados. Todavia, o indicador das pequenas indústrias registrou aumento na comparação mensal (+2,6 pontos), passando de 44,6 para 47,2 pontos. Já o indicador das médias e grandes recuou 4,2 pontos, passando de 48,6 para 44,4 pontos (valores abaixo de 50 pontos indicam queda no número de empregados).
O nível médio de utilização da capacidade instalada (UCI), por sua vez, cresceu de 69% para 70%, mas ainda é considerado pelos empresários consultados como abaixo do padrão usual para o mês, comportamento que se vem repetindo ininterruptamente desde agosto de 2018.
Além disso, os estoques de produtos finais voltaram a cair, e ficaram abaixo do nível planejado pelo conjunto da indústria, o que traz perspectiva de aumento da produção industrial nos próximos meses para recompor estoques. Em julho, as expectativas da indústria potiguar para os próximos seis meses apontam crescimento da demanda e das compras de matérias-primas, mas preveem redução no número de empregados e na quantidade exportada dos produtos. A intenção de investimento, por sua vez, voltou a cair, mas alcançou o maior valor para um mês de julho desde 2014, quando o indicador atingiu 51,8 pontos.
No segundo trimestre de 2019, tanto a margem de lucro operacional como a situação financeira foram avaliadas como insatisfatórias pelos empresários industriais potiguares, e o acesso ao crédito segue difícil. Além disso, os empresários avaliaram os preços médios das matérias-primas como mais elevados do que trimestre anterior.
Os principais problemas do trimestre, na opinião dos empresários potiguares, continua sendo a elevada carga tributária, seguida pela demanda interna insuficiente, pela competição desleal, pela falta ou alto custo da matéria-prima, pela falta ou alto custo de energia, pela inadimplência dos clientes, pela burocracia excessiva, pelas altas taxas de juros e pela falta de capital de giro.
Quando comparados os dois portes de empresa pesquisados, observam-se, em alguns aspectos, comportamentos divergentes, e que continuam sugerindo maior dificuldade das indústrias com menos de 50 empregados na atual conjuntura de crise.
As pequenas indústrias apontaram queda nos estoques de produtos finais e esperam redução na demanda e estabilidade nas compras de matérias-primas nos próximos seis meses. Já as médias e grandes empresas assinalaram estabilidade no nível de estoques e preveem crescimento na demanda e nas compras de insumos nos próximos seis meses. O índice de intenção de investimentos, por sua vez, recuou entre as pequenas indústrias, enquanto avançou entre as médias e grandes.