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1 de julho de 2020

Com superávit de US$ 7,4 bilhões, balança comercial brasileira registra recorde em junho

Resultado de US$ 17,912 bilhões em exportações e US$ 10,449 bilhões em importações, o saldo da balança comercial brasileira em junho foi superavitário em US$ 7,463 bilhões. O valor é o melhor para meses de junho em toda a série histórica, iniciada em 1989. Os números foram divulgados pelo Ministério da Economia nesta quarta-feira (1º). No mesmo mês de 2019, o saldo da balança foi superavitário em US$ 5,377 bilhões. Assim, o valor no mês passado foi 38,8% melhor que o registrado em junho de 2019.

O resultado do mês foi puxado, principalmente, pela queda de 27,4% na média diária das importações. Nas exportações, a retração foi de 12%, em relação ao mesmo mês do ano passado. O secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz, observou que apesar da queda em valores, o volume de exportações, por exemplo, cresceu 14% em junho. “O resultado reflete a queda dos preços internacionais, principalmente nas exportações ão só de commodities mas de produtos de valor agregado, nos quais se concentra a importação brasileira”, disse.

Entre as vendas de produtos brasileiros ao exterior, destacam-se aqueles do setor agropecuário, que subiu 29,7% em relação a junho de 2019. “O setor agropecuário é o grande responsável pela resiliência das exportações”, destacou o secretário. Já a indústria extrativa e a indústria de transformação registraram recuo de 26,1% e 21%, respectivamente, em suas exportações. Nas importações o recuo foi generalizado, sendo puxado por produtos da indústria de transformação, que despencaram 28,1%.

Primeiro semestre
Por outro lado, no acumulado de janeiro a junho, a balança comercial recuou 10,3%, ante mesmo período de 2019. O montante totalizou US$ 23.035 bilhões nos primeiros seis meses do ano. Enquanto as exportações caíram 6,4% somando US$ 102,430 bilhões, as importações apresentaram queda de 5,2%, totalizando US$ 79,395 bilhões, no período.

Previsão para o ano
A equipe econômica atualizou suas projeções para o saldo anual da balança comercial. A estimativa passou de superávit de US$ 45,5 bilhões para US$ 55,4 bilhões. “Nossa expectativa é de uma reversão contínua dessa tendência de queda por conta da resiliência mostrada pelas nossas exportações, especialmente com as commodities”, comentou Ferraz.

A previsão leva em conta montantes de US$ 202,5 bilhões em exportações e US$ 147,1 bilhões em importações, este ano. Vale destacar que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem apostado na balança comercial para amenizar a forte queda que o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) deve apresentar este ano. Segundo ele, o cálculo de contração de 6% do Produto Interno (PIB) considerava que 2% viriam por impactos do comércio exterior, “coisa que não tem acontecido”.