Ela é acusada de liderar um esquema de desvio de verbas públicas. A política argentina é investigada, desde 2019, por associação ilícita e fraude ao Estado, junto a outros 12 réus no caso — todos empresários e ex-funcionários do governo dela (2007-2015) e do marido e antecessor, Néstor Kirchner (2003-2007).
Entenda a acusação
Segundo a acusação, Cristina chefiava uma organização ilícita ligada ao empresário de Construção Lázaro Báez, atualmente em prisão domiciliar, que teria pagado aos dirigentes políticos para conseguir esses contratos. Ao todo, 51 obras públicas teriam sido destinadas à província de Santa Cruz, reduto político do marido dela, morto em 2010. O valor das transações é calculado em 46 bilhões de dólares.
A vice-presidente do país defende que é vítima de um “pelotão de fuzilamento” e que as acusações são uma “falsidade absoluta”, frutos de perseguição judicial por razões políticas. O Ministério Público argentino pediu que ela fosse condenada a 12 anos de prisão, e diz ter juntado provas suficientes para sustentar que, em ambos os governos, o empresário Lázaro Báez foi favorecido pelo Estado.
Outras ações
Cristina é investigada em pelo menos outros três processos, ligados à lavagem de dinheiro e pagamento de propina. Ela foi inocentada pela Justiça em outra ação em que era acusada, relativa a um suposto favorecimento por conta da posição no governo.
Em 2015, no fim de sua gestão, Cristina teria dado uma ordem ao Banco Central da Argentina para vender dólares no mercado futuro por um valor menor que o de mercado. Ela teria se beneficiado dessa informação por ter feito operações com dólar antes da execução da ordem. A Justiça, no entanto, considerou que não houve prejuízo.
Metrópoles