Quando as contas são maiores que o arrecadado, há déficit primário. Esta conta, porém, não inclui os custos do governo com o pagamento dos juros da dívida pública. Há superávit primário quando as receitas do governo superam as despesas. No mesmo período do ano passado, no entanto, as contas do governo registraram superávit de R$ 14,6 bilhões, em valores nominais.
Segundo o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, o resultado negativo de junho deste ano se deu por conta de uma redução real de 26,1% da receita líquida, descontando a inflação, e um adicional de 4,9% das despesas totais.
Ele ainda informou que os valores foram sazonais, tendo em vista que no ano passado houve a entrada de dividendos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da capitalização da Eletrobras. Portanto aumentando a receita daquele ano.
“Uma queda expressiva, de receita de concessões e dividendos, no mesmo período teve ingresso de valores decorrentes da Eletrobras e dividendos do bndes que criam uma distorção com relação a receita total do ponto de vista sazonal”, afirmou Ceron em coletiva de imprensa realizada no Ministério da Fazenda nesta quinta-feira (27).
Já a alta das despesas, de acordo com o documento da Secretaria, aconteceu por dois principais fatores: pagamento de benefícios previdenciários, que se somam a mais R$ 11,6 bilhões, e as Despesas Obrigatórias com Controle de Fluxo, que segundo o Tesouro, se deu principalmente pelo aumento dos valores do Bolsa família, resultando em cerca de R$ 8,2 bilhões.