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30 de novembro de 2015

El Niño vai piorar a seca no Nordeste, diz especialista

O semiárido do Nordeste é uma das regiões que mais sofre com os efeitos do fenômeno climático El Niño, agravando a seca. O fenômeno ocorre durante cerca de um ano dentro de três ou cinco anos (periodicidade irregular).

"O El Niño é um fenômeno que ocorre no Oceano Pacífico, principalmente. A temperatura do mar aumenta próximo à costa da América do Sul, por vários fatores da dinâmica do oceano e da atmosfera, vem uma onda de calor do oeste do Pacífico, na Indonésia. E isso traz as nuvens também, traz precipitação que normalmente ocorreria lá longe aqui próximo da América do Sul", explica o professor doutor em meteorologia Paulo Nobre.

Quando a precipitação ocorre próximo à América do Sul, gera um braço de circulação atmosférica sobre o Nordeste, o que gera a seca. "É por isso que o El Niño é muito temido. Porque ele normalmente contribui para diminuir a chuva pela circulação atmosférica que causa", completa. Em 2015, começou por volta do mês de maio e tem previsão de duração de um ano. De acordo com o especialista, as expectativas são de que o El Niño atual seja um dos piores já registrados. 

As edições do fenômeno climático que trouxeram mais problemas ocorreram entre 1982-1983 e 1997-1998, provocando secas no Nordeste e enchentes no Sul do Brasil. Os motivos incluem as ações praticadas pelos seres humanos, como o uso intenso dos combustíveis fósseis - que provocam emissões de gás carbônico - em vez de energias mais limpas. "Usamos ainda carros com motor à combustão interna, ainda se usa petróleo, uma coisa de 1900!", critica Nobre.