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14 de julho de 2017

5,4 milhões de trabalhadores têm até o dia 31 para sacar FGTS inativo

Cerca de 5,4 milhões de trabalhadores que têm direito a sacar recursos em contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ainda não retiraram o dinheiro. Essas pessoas têm até o próximo dia 31 para realizar o saque nas agência da Caixa Econômica Federal. O governo federal já avisou que não vai estender a data limite.

Nesta sexta-feira, a Caixa anunciou que até a última quarta-feira, já haviam sido pagos R$ 41,8 bilhões. O valor pago equivale a 96% do total disponível (R$ 43,6 bilhões) e foram retirado por 24,8 milhões de trabalhadores nascidos entre janeiro e novembro — ao todo, 30,2 milhões de trabalhadores têm direito ao benefício. No último dia 8, o saque foi liberado para as pessoas nascidas em dezembro.

Ainda de acordo com a Caixa Econômica, quase 436 mil trabalhadores do Distrito Federal já retiraram os recursos disponíveis nas contas inativas do FGTS até o momento. Com isso, a economia local ganhou um fôlego de mais de R$ 809 milhões.

Pagamento de dívidas
Segundo uma pesquisa feita pela Boa Vista SCPC, com o dinheiro do saldo inativo do FGTS em mãos, 21% dos trabalhadores priorizaram, especificamente, o pagamento da fatura do cartão de crédito em atraso. Outros 16% optaram por pagar as contas de concessionárias, como água, luz e gás. Um décimo arcou com o pagamento de empréstimo pessoal e consignado, assim como outros 10% que quitaram dívidas com o cartão de loja.

Entre os entrevistados com direito ao benefício, 57% tinham em mente, antes do saque, o pagamento de dívidas como o principal destino do recurso extra do Fundo de Garantia. Outros 17% pretendiam guardar o dinheiro e 11% antecipar o pagamento de contas e outras dívidas não atrasadas.

Na prática, não só os que afirmaram que pagariam dívidas, mas também os que disseram que fariam algo diferente, como fazer compras, poupar ou antecipar o pagamento das contas não atrasadas, usaram o recurso extra para quitar dívidas já vencidas (91%). Outros 3% pouparam; 2% anteciparam contas não atrasadas e 3% se dividiram entre compras de produtos e serviços, entre outras finalidades.

Mesmo com a intenção de pagar as contas atrasadas, como a maioria fez, apenas 14% dos trabalhadores conseguiram quitar todas as dívidas em atraso usando o saldo inativo do FGTS. Das contas que ficaram pendentes, o cartão de crédito representa 25%, empréstimo pessoal/consignado (12%), cartão de loja (10%), crediário (9%), contas de concessionárias (8%) e cheque especial (8%).

Feito o saque e o pagamento das dívidas atrasadas, 74% dos consumidores entrevistados pela Boa Vista conseguiram reassumir em parte ou totalmente o controle das finanças, em função do saque providencial do recurso inativo do FGTS. Para 26%, entretanto, o valor sacado não foi suficiente para que pudessem ficar com as finanças pessoais em dia.

A pesquisa foi realizada online, entre 12 e 23 de junho, com 2 880 respondentes, de um universo aproximado de 80 mil consumidores. Dos entrevistados, 51% são homens e 49% mulheres. 37% têm entre 31 e 40 anos e 20% entre 41 e 50 anos. 45% são casados, e 89% estão economicamente ativos. 95% são das classes C, D e E.