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11 de março de 2020

Inflação oficial fica em 0,25% em fevereiro, menor taxa para o mês em 20 anos

Pressionado pelos reajustes das mensalidades escolares gastos com educação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou em 0,25% em fevereiro, depois de ter registrado uma taxa de 0,21% em janeiro, segundo divulgou nesta quarta-feira (11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar da aceleração, trata-se da menor taxa para meses de fevereiro desde 2000, quando o índice foi de 0,13%. Em 12 meses, a taxa acumulada atingiu 4,01%, abaixo dos 4,19% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores, ficando bem próxima do centro da meta do governo para o ano, que é de 4%.

Nos dois primeiros meses do ano, o IPCA acumula alta de 0,46%, menor inflação para o período já registrada em toda a série histórica do IBGE, iniciada em 1980. Até então, a taxa mais baixa para janeiro e fevereiro tinha sido registrada em 2018 (0,61%).

A inflação comportada neste começo de ano deve elevar as apostas do mercado sobre a possibilidade de novos cortes na taxa básica de juros para evitar uma desaceleração ainda maior da economia brasileira em meio aos impactos trazidos pelo coronavírus.

Educação foi o que mais pesou na inflação do mês
Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, 5 apresentaram alta em fevereiro, com destaque para os custos de educação, cujo grupo apresentou a maior variação mensal (3,70%) e o maior impacto (0,23 ponto percentual) no IPCA do mês.

A alta do grupo Educação foi influenciada principalmente pelos reajustes habitualmente praticados no começo do ano letivo, especialmente aqueles dos cursos regulares (4,42%), item responsável pela maior contribuição individual (0,20 p.p.) na taxa de inflação de fevereiro. Já os cursos diversos tiveram alta de 2,67%,

Veja a inflação de fevereiro por grupos e o impacto de cada um no índice geral:
Alimentação e bebidas: 0,11% (0,02 ponto percentual)
Habitação: -0,39% (-0,06 p.p.)
Artigos de residência: -0,08% (0 p.p.)
Vestuário: -0,73% (-0,03 p.p.)
Transportes: -0,23% (-0,05 p.p.)
Saúde e cuidados pessoais: 0,73% (0,10 p.p.)
Despesas pessoais: 0,31% (0,03 p.p.)
Educação: 3,70% (0,23 p.p.)
Comunicação: 0,21% (0,01 p.p.)

Perspectivas para 2020
Para 2020, os economistas das instituições financeiras projetam uma inflação de 3,20%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Neste ano, o centro da meta é de 4%, um pouco menor que em 2019. A meta terá sido cumprida se o índice oscilar de 2,5% a 5,5%. A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros, atualmente em 4,25% ao ano.

Nota emitida no começo do mês pelo Banco Central sinalizou que o Comitê de Política Monetária (Copom) pode reduzir novamente a taxa de juros a fim de evitar uma desaceleração ainda maior da economia brasileira provocada pelo novo coronavírus.