Pelo menos sete deputados estaduais do Rio Grande do Norte devem trocar de
partido até o dia 5 de outubro próximo, data limite para filiação ou opção
partidária de quem deseja disputar as eleições de 2014. E todos sem correr o
risco da infidelidade partidária, já que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RN)
está autorizando a desfiliação por “justa causa”, ou os partidos de origem não
estão apelando para ficar com os mandatos.
A lista do troca-troca é encabeçada pelo
presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta. Ele deixará o PMN para se
filiar ao PP, que é presidido no RN pelo seu filho, vereador natalense Rafael
Motta. O PMN deve perder também Raimundo
Fernandes, que seguirá o caminho de Ricardo Motta.
Outros três
deputados devem se filiar ao PP: Vivaldo Costa (PR), Gilson Moura (PV) e Kelps
Lima, que já deixou o PR autorizado pela Justiça Eleitoral. Se confirmado,
o PP passará a ter a maior bancada na Assembleia Legislativa, com cinco
deputados, com isso, se tornará forte para lastrear o projeto de Ricardo Motta
de eleger o filho, Rafael, deputado federal, além, claro, de renovar o próprio
mandato.
Rafael Motta
está em campanha desde o início do ano, quando assumiu o mandato de vereador em
Natal. Ele tem caminhado por todas as regiões do Estado, sempre acompanhado de
deputados estaduais. Nos corredores da Assembleia Legislativa comenta-se que a
força da presidência da Casa está a serviço do fortalecimento do PP, como parte
do projeto de Ricardo Motta. Na verdade, o episódio se repete. No passado
recente, quando era presidente da AL, o atual vice-governador Robinson Faria fez
do PMN o maior partido da Casa, e conseguiu eleger o filho Fábio Faria deputado
federal. Hoje, pai e filho estão no
PSD.
Os outros dois
deputados que vão mudar de partido são: Fábio Dantas, que já saiu do PHS e deve
se filiar ao PC do B; e Ezequiel Bezerra, que provavelmente trocará o PTB pelo
PMDB.