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8 de dezembro de 2015

E agora Henrique Alves, vai de bambolê?

BG - A crise institucional que vive o País e a crise de relações entre a presidente Dilma Rousseff e vice-presidente Michel Temer ameaçam alargar ainda mais o fosso que separa PMDB e PT e o governo de sua base de sustentação. E no olho do furacão da crise política está o hoje ministro Henrique Eduardo Alves, ex-presidente da Câmara dos Deputados.

Ex-quase-deputado vitalício – se elegeu onze vezes consecutivas -, Henrique Alves sempre foi chegado a uma indicação de cargos, atuando com maestria quando o assunto é ocupação de espaços.

Mesmo quando derrotado em eleições majoritárias, Henrique Alves sempre deu um jeito de ocupar cargos e fazer indicações. Foi assim na administração da então prefeita de Natal Micarla de Souza. Foi assim na administração da governadora Rosalba Ciarlini, quando fez parte de um tal conselho político e em ambos os casos indicou amigos e partidários ligados a ele para ocupar secretarias

Agora, Henrique está numa sinuca de bico. Quando líder do PMDB, em janeiro de 2008, Henrique chegou a entregar ao então ministro de Articulação Institucional, José Múcio Monteiro, um bambolê de presente destinado à então ministra  Dilma Rousseff numa sugestão irônica de que a ela faltava “jogo de cintura”.

Dilma não gostou nem um pouco da brincadeira. E a alguns interlocutores, Dilma diria depois , já eleita presidente da República, não gostar do então presidente da Câmara dos Deputados.

A roda girou.
Na campanha para governador, em 2014, Henrique montou uma super coalizão de partidos. E flertou em público com a campanha do tucano Aécio Neves. Eram tantos os partidos e aliados no seu palanque que sobravam pedidos de votos para diferentes candidatos a presidente da República, Aécio Neves, Eduardo Campos, Marina Silva e… a própria Dilma.

Derrotado nas eleições para governador, Henrique pendurado pelo pincel politicamente, conseguiu fazer com o que Temer e Cunha o indicassem, costurassem e bancassem sua nomeação que quase não sai para ministro do Turismo. E lá foi ele trabalhar com a mulher a quem um dia dera um bambolê de presente.

Agora, ambos precisam de muito jogo de cintura.
O PMDB está dividido quanto ao pedido de impeachment da presidente Dilma. O deputado Eduardo Cunha, que foi líder do PMDB quando Henrique se tornou presidente da Câmara, está em processo de guerra aberta contra a presidente. Michel Temer mandou uma carta pessoal em que só falta a palavra rompimento, mas ficam evidentes os sentimentos de mágoa, além de expressões como desprestígio e desconfiança.

E agora?
Com quem fica Henrique? Com Dilma? Ou com o PMDB dos seus eternos amigos Michel Temer, Eduardo Cunha e companhia? E agora Henrique? Vai de bambolê?

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