O perfil da população brasileira deve mudar bastante nos próximos 45 anos. Segundo dados da Síntese de Indicadores Sociais do IBGE, divulgada nesta sexta-feira, os idosos representarão 33% de toda a população residente no país em 2060. Atualmente, essa parcela gira em 13%, portanto o aumento populacional está estimado em mais de 150%.
A previsão está baseada em dados já divulgados pelo instituto no estudo
“Projeção da População do Brasil por sexo e idade para o período
2000/2060”, que afirma também que o brasileiro terá um aumento
significativo da expectativa de vida do brasileiro no mesmo período. Os atuais 75,2 anos de idade de esperança devem subir a 81 anos até lá.
Enquanto cresce o número de idosos, porém, a população jovem e com tempo
de trabalho para contribuição aos cofres públicos deve ter seu
contingente reduzido. Hoje, para cada 100 integrantes da População
Economicamente Ativa (PEA), há 21 idosos em situação de dependência por
aposentadoria. Aí mora o problema: em 2060, serão 63 para cada 100.
Se por um lado as menores taxas de natalidade geram menos despesa com o
sustento de crianças e adolescentes, reduzindo pela metade sua
participação no montante total de dependentes, cai também a quantidade
de mão de obra para pagar impostos.
Se hoje em dia, que a Previdência Social já é responsável por um rombo
de R$ 70 bilhões nas contas governamentais, a proporção de dependentes
(jovens e idosos) é de 54 para 100 trabalhando, em 2060, haverá 87 para
cada 100. Sem uma reforma no sistema de previdência, o trabalho do mesmo número de pessoas precisará render 60% mais só para cobrir gastos com dependentes.