O Brasil é um
dos dez países com mais alunos com baixo rendimento escolar em
matemática, leitura e ciência, segundo relatório divulgado nesta
quarta-feira pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento
Econômico (OCDE), em Paris, que avaliou a situação de 64 nações. De
acordo com o levantamento, 1,1 milhão de estudantes brasileiros com 15
anos não têm capacidades elementares para compreender o que leem nem
conhecimentos essenciais de matemática e ciências. Ao mesmo tempo, o
relatório revela que o Brasil é um dos países que mais reduziram o
número de alunos sem conhecimentos básicos de matemática.
O relatório, intitulado Alunos de baixo desempenho: por que ficam para
trás e como ajudá-los?, baseia-se em dados de 2012 do Programa
Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), da OCDE. A Indonésia
apresentou os piores resultados, com 1,7 milhão de estudantes com baixo
desempenho. Ao lado do Brasil, Peru, Colômbia e Argentina são alguns dos
países com pior rendimento escolar nas três disciplinas.
Dos 2,7 milhões de alunos de 15 anos avaliados no Brasil, 1,9 milhão tinham dificuldades em matemática básica, 1,4 milhão em leitura e 1,5 milhão em ciências. Cruzados, os números indicam que 1.165.231 estudantes tinham dificuldades em cumprir tarefas básicas nas três áreas de conhecimento. Outra constatação do estudo é de que o Brasil está no "top 10" de países mais desiguais do mundo no que diz respeito à diferença de desempenho entre estudantes de classes sociais altas e baixas.
Matemática - O Brasil, diz a organização, é um dos nove países que mais reduziram o número de estudantes com problemas em matemática básica no período entre 2003 e 2012. A redução foi de 18%. México, Tunísia, Turquia, Alemanha, Itália, Polônia, Portugal e Rússia também apresentaram resultados semelhantes.
Na área matemática, 67,1% dos alunos brasileiros estão abaixo do nível 2 (os níveis são de 1 a 6). Os últimos patamares são alcançados apenas por 0,8% dos estudantes brasileiros. No ranking, o país fica em 58º lugar, somando 391 pontos na escala do PISA, contra uma média de 494 pontos obtidos por estudantes que vivem em países-membros da OCDE, entidade composta por 34 nações.
Parte dos resultados ainda muito negativos do Brasil se deve à maior inclusão de estudantes no sistema educacional ao longo dos últimos 15 anos, de acordo com Alfonso Echazarra, analista da Direção de Educação da OCDE. Entre 2003 e 2012, o índice de escolarização passou de 65% para 78%.
Como a inclusão se dá incorporando alunos que estão na base da pirâmide social, em classes mais desfavorecidas, seus primeiros anos de educação são mais problemáticos, pois eles costumam frequentar escolas com menos recursos, como as de regiões rurais. Nesse cenário, a redução do número de estudantes com problemas em matemática, leitura e ciências é um sinal positivo que pode ser comemorado.
"O Brasil é um claro exemplo de que o investimento em educação leva a melhores resultados, o que nem sempre é o caso em outros países", explica Echazarra. Recomendações - Em termos mundiais, entre os 12,9 milhões de alunos com desempenho baixo, 11,5 milhões têm problemas em matemática, 8,5 milhões leem com dificuldades e 9 milhões têm lacunas no aprendizado de ciências.
Para romper o ciclo de baixo nível educacional, a OCDE recomenda que os governos identifiquem os estudantes com baixa performance e lhes ofereçam estratégias para a recuperação. Entre as propostas da entidade, a maior parte tem caráter estrutural: reduzir a desigualdade no acesso à educação, estimular a inscrição escolar o mais cedo possível, envolver os pais na comunidade escolar e fornecer programas de auxílio financeiro às instituições de ensino e às famílias carentes.
Dos 2,7 milhões de alunos de 15 anos avaliados no Brasil, 1,9 milhão tinham dificuldades em matemática básica, 1,4 milhão em leitura e 1,5 milhão em ciências. Cruzados, os números indicam que 1.165.231 estudantes tinham dificuldades em cumprir tarefas básicas nas três áreas de conhecimento. Outra constatação do estudo é de que o Brasil está no "top 10" de países mais desiguais do mundo no que diz respeito à diferença de desempenho entre estudantes de classes sociais altas e baixas.
Matemática - O Brasil, diz a organização, é um dos nove países que mais reduziram o número de estudantes com problemas em matemática básica no período entre 2003 e 2012. A redução foi de 18%. México, Tunísia, Turquia, Alemanha, Itália, Polônia, Portugal e Rússia também apresentaram resultados semelhantes.
Na área matemática, 67,1% dos alunos brasileiros estão abaixo do nível 2 (os níveis são de 1 a 6). Os últimos patamares são alcançados apenas por 0,8% dos estudantes brasileiros. No ranking, o país fica em 58º lugar, somando 391 pontos na escala do PISA, contra uma média de 494 pontos obtidos por estudantes que vivem em países-membros da OCDE, entidade composta por 34 nações.
Parte dos resultados ainda muito negativos do Brasil se deve à maior inclusão de estudantes no sistema educacional ao longo dos últimos 15 anos, de acordo com Alfonso Echazarra, analista da Direção de Educação da OCDE. Entre 2003 e 2012, o índice de escolarização passou de 65% para 78%.
Como a inclusão se dá incorporando alunos que estão na base da pirâmide social, em classes mais desfavorecidas, seus primeiros anos de educação são mais problemáticos, pois eles costumam frequentar escolas com menos recursos, como as de regiões rurais. Nesse cenário, a redução do número de estudantes com problemas em matemática, leitura e ciências é um sinal positivo que pode ser comemorado.
"O Brasil é um claro exemplo de que o investimento em educação leva a melhores resultados, o que nem sempre é o caso em outros países", explica Echazarra. Recomendações - Em termos mundiais, entre os 12,9 milhões de alunos com desempenho baixo, 11,5 milhões têm problemas em matemática, 8,5 milhões leem com dificuldades e 9 milhões têm lacunas no aprendizado de ciências.
Para romper o ciclo de baixo nível educacional, a OCDE recomenda que os governos identifiquem os estudantes com baixa performance e lhes ofereçam estratégias para a recuperação. Entre as propostas da entidade, a maior parte tem caráter estrutural: reduzir a desigualdade no acesso à educação, estimular a inscrição escolar o mais cedo possível, envolver os pais na comunidade escolar e fornecer programas de auxílio financeiro às instituições de ensino e às famílias carentes.