Reportagem
publicada no Jornal do Commercio desta quinta-feira (11) informa que os
investimentos na região Nordeste, com recursos do governo federal,
ficarão mais caros graças a uma resolução, emitida pelo Conselho
Monetário Nacional (CMN), aumentando os juros do Fundo Constitucional de
Financiamento do Nordeste (FNE).
Os empreendimentos que faturam até R$ 90 milhões por ano arcarão com
juros de 14,12% (era de 8,24%) – uma alta de 71,3%. Os novos percentuais
valerão até dezembro deste ano. O problema é que os empréstimos do FNE já apresentaram queda de 14,6% no
ano passado em comparação com 2014. Esse resultado negativo é
decorrente da seca, dos problemas da economia brasileira e da crise
política e de confiança que levaram os investidores a colocar o pé no
freio.
Para o deputado federal Betinho Gomes (PSDB-PE), o governo Dilma mais
uma vez mostra sua capacidade de tomar decisões desacertadas, castigando
uma região ainda tão carente e necessitada de investimentos.
“O governo federal trata os desiguais de maneira igual ao que trata o
mercado. Não é justo com o Nordeste, uma região que ainda é tão pobre,
que o governo tenha encarecido os juros de um fundo que é fundamental
para seu desenvolvimento e equilíbrio regional. Isso é grave,
lamentável, e mostra mais uma vez que o governo tem tido a capacidade de
tomar decisões desacertadas num momento de crise. Isso deve ser
combatido e denunciado. O Nordeste não merece o tratamento que o governo
Dilma dispensa a uma região ainda tão carente e necessitada de
investimentos privados”, condenou.
O parlamentar lembrou que, enquanto aumenta os juros do Fundo
Constitucional de Financiamento do Nordeste, o governo Dilma trata “de
pai para filho” os empresários contemplados com subsídios do BNDES.
“Muitos desses empresários estão inclusive envolvidos na Operação Lava
Jato e recebem benefícios do governo a juros baratos, coisa de pai pra
filho, enquanto o governo toma essa decisão equivocada de aumentar os
juros para financiamento no Nordeste através do FNE”.
Para este ano, o Banco do Nordeste – que opera o Fundo Constitucional de
Financiamento do Nordeste (FNE) – prevê um orçamento de R$ 14,5 bilhões
para investimentos. Mas essa meta não está garantido porque depende da
evolução do cenário econômico. O FNE é a principal fonte de
financiamento no Nordeste e suas taxas de juros vêm num crescente desde
2013.