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11 de fevereiro de 2016

Petrobras aparece em 2º lugar na lista de escândalos de corrupção mundiais


Uma votação popular internacional elegeu a Petrobras como o segundo maior caso de corrupção do mundo. O nome da estatal aparece entre os nove escândalos mais conhecidos. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (10) pela ONG Transparência Internacional.

Com 11.900 votos, a petroleira só fica atrás do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovych, que recebeu 13.210 votos pelo suposto desvio milionário de recursos para sua conta privada.

Pela votação, o escândalo na estatal supera outros sete casos de grande repercussão. Entre eles, o da Fifa (1.844 votos) com 81 casos de lavagem de dinheiro comprovados, e do ex-presidente do Panamá Ricardo Martinelli (10.166), que teria desviado US$ 100 milhões do dinheiro público.

A lista faz parte da campanha “Desmascare os Corruptos”, da ONG Transparência Internacional. A organização, que tem sede na Alemanha, faz relatórios anuais com índices de percepção de corrupção. No último boletim, o Brasil apareceu na posição 76, entre 168 países.

A campanha internacional começou em outubro de 2015. Ela recebeu denúncias de cidadãos de vários países, preocupados com o desvio de dinheiro público. Quase 400 casos foram citados. A votação pela internet colocou a Petrobras ao lado de grandes escândalos como o da Fifa e do ex-presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych.

Alejandro Salas, representante da ONG, disse que nesta quarta-feira começa uma nova fase da campanha, que vai cobrar sanções sociais e políticas contra os envolvidos nos casos mais votados. A ONG já está pedindo em países da América Latina, onde empreiteiras investigadas na Lava Jato também têm contratos, para apurar possíveis irregularidades. Salas afirmou que a ONG quer evitar que outros escândalos como o da Petrobras se repitam.

A ONG já assinou uma carta de apoio às 10 medidas de combate à corrupção, apresentadas pelos procuradores do Ministério Público Federal (MPF) no Brasil. Faltam menos de 200 mil assinaturas para alcançar a meta de 1,5 milhão, número mínimo para que essa proposta de iniciativa popular possa ser apresentada no Congresso Nacional.

“É muito relevante que uma entidade com uma transparência internacional, uma das mais reconhecidas no mundo contra a corrupção apoie medidas contra a corrupção como essa. Nós estamos fazendo o nosso melhor para levar as pessoas que cometeram esses crimes à Justiça para responderem perante a Justiça dentro de um devido processo legal, mas nós precisamos mudar as leis se nós queremos efetivamente promover justiça nesse e em outros casos”, afirmou Deltan Dallagnol, procurador da República que faz parte da força-tarefa da Operação Lava Jato.

Casos de corrupção e de desvio de dinheiro na Petrobras são investigados pela Operação Lava Jato desde março de 2014. Dezenas de pessoas já foram condenadas por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro, e várias ações penais seguem em andamento na Justiça Federal do Paraná, que tem o juiz Sérgio Morox como o responsável pelos processos na primeira instância.