Às 21h45 do dia 2 de março de 1996, o Learjet 25 prefixo PT-LSD
partia de Brasília – mas não chegaria ao destino esperado, Guarulhos,
São Paulo. A aeronave transportava nove pessoas que perderiam suas vidas
momentos antes do esperado pouso. Cinco delas formavam uma das bandas
de maior sucesso à época: o Mamonas Assassinas.
Composto por letras engraçadas, numa mescla curiosa de rock e brega, o
repertório era no mínimo inusitado e estourou nacionalmente nos poucos
meses de existência do grupo. Dinho, Bento Hinoto, Júlio Rasec, Samuel
Reoli e Sérgio Reoli venderam mais de dois milhões de cópias, em seis
meses, do único disco que lançariam com aquela banda.
Naquela época, o sucesso do grupo começava a ultrapassar as
fronteiras brasileiras: no dia seguinte à tragédia, os integrantes iriam
para Portugal, onde “Vira-Vira” já era um hit tocado repetidamente. O
produtor do Mamonas Assassinas, Rick Bonadio, conheceu os artistas
quando a banda ainda se chamava Utopia. Ele, que é responsável pela
“virada” do grupo e acredita não ter nascido outro com tamanha
irreverência, afirma que, antes da fama, “o som deles era bem sério”.
“Depois (de conhecê-los) ouvi uma versão brega de ‘Pelados em Santos’ e
disse que, se fizessem uma mistura de rock com aquelas letras
engraçadas, poderia arranjar uma gravadora para eles”, conta.