BG - Do total de ordens da 28º fase da Lava Jato, duas são de prisão
temporária, uma de prisão preventiva, 14 de busca e apreensão e quatro
de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento. O preso com mandado preventivo é o ex-senador Gim Argello (PTB-DF). O
nome de Gim apareceu na delação do senador Delcídio do Amaral. Segundo
Delcídio, Gim e outros parlamentares cobravam dinheiro de empreiteiros
investigados na Lava Jato para que eles não fosses chamados para depor
na CPI.
A PF informou que há indícios concretos de que Gim Argelo, que foi
integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada no
Senado Federal, e vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito (CPMI), instaurada no Congresso Nacional, tentou evitar a
convocação de empreiteiros para prestarem depoimento, mediante a
cobrança de pagamentos indevidos disfarçados de doações eleitorais
oficiais em favor dos partidos de sua base de sustentação.
O ex-diretor financeiro da UTC Engenharia Walmir Pinheiro Santana, um
dos delatores do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava
Jato, relatou em depoimento à Procuradoria Geral da República um suposto
acordo firmado em 2014 entre o dono da empresa, Ricardo Pessoa, e o
ex-senador Gim Argello. Pelo acordo, Pessoa não seria chamado a depor na CPI mista da Petrobras,
que à época tinha Argello como vice-presidente, e, em contrapartida, o
empresário repassaria recursos a pessoas indicadas pelo então senador.