Aliado do presidente interino, Michel
Temer, e do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o
ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) teria usado
cópia do próprio passaporte para abrir uma conta bancária na Suíça,
segundo fontes com acesso às investigações. O procedimento já havia sido
adotado por Cunha para abrir contas no mesmo país.
Documentos com cópias de passaporte e
foto do ex-ministro foram remetidos pelo Ministério Público da Suíça à
Procuradoria- Geral da República (PGR). Alves se antecipou às denúncias e
pediu demissão do Ministério do Turismo no último dia 16. Os donos da Carioca Engenharia
indicaram, em delação premiada, nove contas na Suíça para onde
destinaram a suposta propina referente ao projeto do Porto Maravilha, no
Rio. Pelo menos uma conta beneficiou diretamente Cunha; outra, Alves; e
uma terceira, o ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, conforme as
investigações.
Todos eles foram denunciados pela PGR,
assim como o doleiro Lúcio Funaro e o sócio Alexandre Margotto. A
denúncia se refere ao esquema de pagamento de propinas para empresas
obterem repasses do FI-FGTS, administrado pela Caixa. — A defesa afirma a inocência do
ex-ministro. Tão logo tenha acesso ao processo, vai se manifestar nos
autos — disse o advogado de Alves, Marcelo Leal.