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12 de dezembro de 2016

Escândalos de corrupção envolvendo o senador José Agripino somam mais de R$ 18 milhões

Portal Agora RN - O senador potiguar José Agripino (DEM) foi alvo de quatro supostos escândalos de corrupção nos últimos cinco anos que, se comprovados, somariam mais de R$ 18 milhões em pagamentos ilegais, apurou o Portal Agora RN. Valores suspeitos doados por empresas foram detectados por órgãos de controle na operação Sinal Fechado e Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ou apontados em delações premiadas ao Ministério Público.

Na operação Sinal Fechado, deflagrada em 2011 pelo Ministério Público e que envolve diversos políticos potiguares, José Agripino foi citado na delação premiada do empresário George Olímpio, em que afirmava que o senador teria cobrado a quantia de R$ 1 milhão para sua campanha de 2010 ao senado, e em troca ele articularia junto ao governo estadual para permitir a inspeção veicular por parte do consórcio Inspar. À época, o senador rebateu as acusações e mostrou declaração de George Olímpio registrada em cartório meses antes, inocentando-o das acusações.

Em junho deste ano, o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, preso na Operação Lava Jato, delatou diversos políticos. Entre eles o senador potiguar, que teria recebido propina no valor de R$ 300 mil por doação da construtora Queiroz Galvão também à sua campanha de 2010. Sérgio Machado disse que sempre era procurado pelo senador em época de campanha eleitoral para intermediar doações, e que também tinha articulado doação para o deputado Felipe Maia (DEM), filho do senador, para eleição de deputado federal naquele ano. Após polêmica envolvendo seu nome, Agripino negou ilegalidades e disse que doação feita pela empreiteira foi legal.

Já o Coaf detectou operações suspeitas nas contas do senador José Agripino entre dezembro de 2011 e novembro 2014, na movimentação de R$ 15,9 milhões. Segundo relatório do Conselho encartado ao processo que o senador responde no STF, há indício de que houve lavagem de dinheiro. Suspeita é que valores teriam sido pagos pela empresa OAS para que o senador conseguisse agilizar processo de liberação de recursos para construção da Arena das Dunas junto ao BNDES. A defesa de Agripino entregou petição ao ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso, explicando que não há nada de suspeito nas movimentações bancárias.

Mais recentemente, o senador foi delatado pelo executivo da Odebrecht Claudio Melo Filho, de que teria recebido doação para o partido Democratas em 2014, do qual é presidente, no valor de R$ 1 milhão. Supostamente, o valor seria oriundo de propina. Claudio disse que o codinome de Agripino era “pino” ou “gripado”. À imprensa, Agripino disse que “desconhece” e repelia os fatos citados. Somados os valores, o senador do Democratas teria sob suspeita o recebimento de R$ 18,45 milhões. Até agora, nenhuma das investigações foram concluídas.