Portal Agora RN - O senador potiguar José Agripino (DEM) foi alvo de quatro supostos
escândalos de corrupção nos últimos cinco anos que, se comprovados,
somariam mais de R$ 18 milhões em pagamentos ilegais, apurou o Portal Agora RN.
Valores suspeitos doados por empresas foram detectados por órgãos de
controle na operação Sinal Fechado e Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf) ou apontados em delações premiadas ao Ministério
Público.
Na operação Sinal Fechado, deflagrada em 2011 pelo Ministério Público
e que envolve diversos políticos potiguares, José Agripino foi citado
na delação premiada do empresário George Olímpio, em que afirmava que o
senador teria cobrado a quantia de R$ 1 milhão para sua campanha de 2010
ao senado, e em troca ele articularia junto ao governo estadual para
permitir a inspeção veicular por parte do consórcio Inspar. À época, o
senador rebateu as acusações e mostrou declaração de George Olímpio
registrada em cartório meses antes, inocentando-o das acusações.
Em junho deste ano, o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, preso na Operação Lava Jato, delatou diversos políticos.
Entre eles o senador potiguar, que teria recebido propina no valor de
R$ 300 mil por doação da construtora Queiroz Galvão também à sua
campanha de 2010. Sérgio Machado disse que sempre era procurado pelo
senador em época de campanha eleitoral para intermediar doações, e que
também tinha articulado doação para o deputado Felipe Maia (DEM), filho
do senador, para eleição de deputado federal naquele ano. Após polêmica
envolvendo seu nome, Agripino negou ilegalidades e disse que doação feita pela empreiteira foi legal.
Já o Coaf
detectou operações suspeitas nas contas do senador José Agripino entre
dezembro de 2011 e novembro 2014, na movimentação de R$ 15,9 milhões.
Segundo relatório do Conselho encartado ao processo que o senador
responde no STF, há indício de que houve lavagem de dinheiro. Suspeita é
que valores teriam sido pagos pela empresa OAS para que o senador
conseguisse agilizar processo de liberação de recursos para construção
da Arena das Dunas junto ao BNDES. A defesa de Agripino entregou petição
ao ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso, explicando que não
há nada de suspeito nas movimentações bancárias.
Mais recentemente, o senador foi delatado pelo executivo da Odebrecht Claudio Melo Filho,
de que teria recebido doação para o partido Democratas em 2014, do qual
é presidente, no valor de R$ 1 milhão. Supostamente, o valor seria
oriundo de propina. Claudio disse que o codinome de Agripino era “pino”
ou “gripado”. À imprensa, Agripino disse que “desconhece” e repelia os
fatos citados. Somados os valores, o senador do Democratas teria sob suspeita o
recebimento de R$ 18,45 milhões. Até agora, nenhuma das investigações
foram concluídas.