Isso é o que tem acontecido no Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Pará, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Mato Grosso do Sul, por exemplo, está com todo o território sob domínio de altas temperaturas. No domingo, a cidade de Água Clara (MS) alcançou 40,6 °C. A previsão é que áreas do Centro-Oeste continuem ultrapassando 40 °C. Em Cuiabá, a própria sucursal da Geena, as temperaturas mínimas noturnas devem chegar a quase 30ºC.
O Norte também deve passar de 40 °C até o fim da semana. O Tocantins, inclusive, tem cidades na lista das maiores temperaturas da tarde desta segunda-feira, casos de Santa Rosa do Tocantins (39,1°C), Lagoa da Confusão (39°C), Pedro Afonso (38,9°C) e Pedro do Araguaia (38,9°C). A temperatura mais alta desta tarde no país, no entanto, foi registrada em Urussanga (39,8 °C), em Santa Catarina, que ainda não é considerado sob domínio de uma onda de calor. Saulo Barros Costa, meteorologista do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, comenta que as temperaturas podem começar a diminuir entre domingo (24) e a próxima segunda-feira (25)
Em alguns locais, as altas temperaturas estão acompanhadas de baixa umidade do ar. A cidade de São Paulo lidera nesta segunda-feira com apenas 11% de umidade, em seguida vem Seropédica com 12%, no Rio de Janeiro.
Os nove estados estão classificados como em perigo para a saúde. Costa comenta que a falta de chuva contribui para a poluição, o que traz alguns problemas. “Você tem uma concentração maior de poluentes. Quando chove, a chuva tem o potencial de limpar a atmosfera”, diz Costa. O climatologista também ressalta que, em regiões onde faz muito calor durante o dia e a temperatura cai na madrugada, como no oeste paulista, quem tem rinite e sinusite pode sofrer mais.
Apesar dos riscos à saúde, especialistas alertam que é preciso cautela ao dizer que há risco de vida nas regiões onde há ondas de calor no Brasil. José Marengo, do Cemaden, afirma que por enquanto não se antecipam no Brasil condições como a das ondas de calor que arrasaram o hemisfério Norte em 2022, causando 61 mil mortes, e em julho deste ano (o mês mais quente da história humana).
Gabriela Couto, pesquisadora do Inpe, lembra que no Brasil o calor extremo tem o menor número de mortes em comparação com outros riscos naturais, por exemplo, raios e enchentes. Segundo Couto, as mortes causadas devido a altas temperaturas são muito difíceis de notificar por uma relação direta. “Isso porque a exposição ao calor extremo agrava outras condições de saúde que já são preexistentes”, completa.