O empate já justificaria a cara a meio pau dos torcedores. Mas foi
pior. De todos os empates, o Brasil saiu da partida contra o México com
um exasperante 0 X 0. Para uma seleção que ganhara a partida no
noticiário da véspera, que entrara em campo embalada pela certeza
profética da vitória, foi um vexame.
A vergonha está estampada no próprio enredo do jogo. O protagonista
foi o goleiro mexicano Ochoa. Os coadjuvantes? Thiago Silva e David
Luiz, os zagueiros brasileiros. Eis a verdade: além de não fazer gol, o
Brasil correu o risco de levar. Diz-se que as principais chances foram do time de Felipão. Alega-se
que o Brasil quase tirou a virgindade do placar duas ou três vezes. O
diabo é que o ‘quase’ não ganha jogo. Mal comparando, Tancredo Neves
quase tomou posse. Deu José Sarney.
De resto, uma seleção que dispõe de Neymar e Cia. carrega nos ombros a
obrigação de fazer pelo menos duas capelas Sistinas por partida. Ah, ainda podemos arrancar a classificação de Camarões, dizem os
otimistas. Verdade. Mas cabe perguntar: e quando vierem adversários de
verdade? Alguns, como Alemanha e Holanda, já mostraram que não vieram à
terra do futebol a passeio.
O que fazer? Por ora, duas coisas: baixar a bola e molhar a camisa.
Aliás, isso já tinha ficado entendido na partida inaugural, contra a Croácia.
Josias de Souza