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8 de outubro de 2013

Minissérie da Globo 'Amores Roubados' tenta captar o 'sertão real'

O sertão brasileiro, velho conhecido da Rede Globo, volta à TV. Desta vez, no entanto, sai de cena o agreste icônico de Lampião e Padre Cícero e entra a terra fértil cortada pelo rio São Francisco, produtora de vinho e de frutas para exportação. Este é o cenário de "Amores Roubados", série de dez capítulos que a emissora exibe em janeiro de 2014 com a promessa de sotaque mais fidedigno e imagem de cinema.

A obra é uma adaptação de "A Emparedada da Rua Nova", de Carneiro Vilela, folhetim publicado semanalmente entre 1909 e 1912 pelo "Jornal Pequeno", do Recife (PE). Trata de um Don Juan que entra em apuros ao se envolver com a filha de um homem rico e poderoso da capital. Na época da publicação, a trama, que gira em torno de paixão e vingança, virou febre com status de lenda urbana. 

Agora, foi teletransportada para a área rural e para o século 21. Segundo os idealizadores, a ideia é levar à tela um sertão contemporâneo e mais próximo da "vida real" do Nordeste, ainda que a história original tenha sido escrita há mais de cem anos. A professora de comunicação da Universidade Federal da Bahia, Maria Carmem Jacob de Souza, afirma gostar da ideia de ver um sertão mais atual na tela e diz achar importante que a produção de teledramaturgia "saia do eixo rotineiro" e explore diferentes regiões do país.

"Na verdade, eles podem é desmontar estereótipos e até tornar mais rica a impressão sobre o Nordeste." Segundo Julio Wainer, professor de jornalismo e diretor da TV PUC, a escolha da Globo reflete uma necessidade de modernização e de fidelização de um público. "O cavalo não existe mais, existe a moto há mais de dez anos. A emissora é obrigada a se atualizar para não ficar de fora da audiência no Nordeste." 

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