Diante desse cenário, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), já admite nos bastidores a possibilidade de se candidatar ao Palácio do Planalto. Segundo aliados ouvidos pelo jornal, o ex-ministro da Infraestrutura “topa 100% a empreitada”, mas impõe uma condição: contar com o apoio explícito de Bolsonaro.
A indefinição do ex-presidente, no entanto, tem travado os planos de Tarcísio.
Bolsonaro ainda avalia se há espaço para reverter sua inelegibilidade e disputar o pleito. Caso contrário, a prioridade do grupo bolsonarista é encontrar um nome que siga sua orientação política e estratégica, garantindo a influência da família Bolsonaro no cenário nacional.
A movimentação foi tema de uma conversa recente entre Bolsonaro e Gilberto Kassab, presidente do PSD e secretário da Casa Civil do governo paulista. A avaliação de Kassab, segundo fontes próximas, é que Bolsonaro tentará viabilizar sua candidatura até o último momento, o que impediria Tarcísio de se consolidar como alternativa da direita. A falta de definição também preocupa aliados do governador de São Paulo, que veem o impasse como um entrave para a construção de alianças e a ampliação da base eleitoral de Tarcísio nacionalmente.
Caso Lula decida não disputar a reeleição, o cenário poderia mudar.
Nesse contexto, Bolsonaro poderia indicar um de seus filhos para a disputa, apostando que a eleição seria menos competitiva sem o petista no páreo. Isso, porém, poderia levar à fragmentação da direita, com múltiplas candidaturas e um possível pacto de não agressão no primeiro turno, para que o nome mais forte avance ao segundo turno contra o PT.
Com o tempo se tornando um fator decisivo, a direita segue dividida entre aguardar os próximos passos de Bolsonaro ou acelerar a consolidação de um nome viável para 2026.