O juiz Régis Rodrigues Bonvicino, da 1ª Vara Cível de São Paulo, 
determinou nesta quarta-feira que o Facebook retire do ar, no prazo de 
48 horas, textos considerados ofensivos a um usuário sob pena de a rede 
ser retirada do ar no Brasil. O Facebook afirmou nesta quinta-feira, por
 meio de sua assessoria de imprensa, que “tem por política cumprir 
ordens judiciais para bloqueio de conteúdo desde que tenha a 
especificação do conteúdo considerado ilegal”. Na prática, isso 
significa que o material só sairia do ar se a Justiça informasse o link 
em que está o conteúdo considerado ofensivo — o que não teria ocorrido 
até agora. A empresa não informou se já recorreu da decisão.
O episódio teve início em janeiro, quando a apresentadora de TV Luize
 Altenhofen afirmou em perfis no Twitter e Facebook que seu cachorro 
fora agredido pelo dentista Eudes Gondim Junior. Reportagem de VEJA São 
Paulo publicada naquele mês contou a história. Na versão de Gondim 
Junior, o cão de Luize invadira sua casa e, para defender-se, ele 
atacara o animal; Luiza disse que o ataque se dera sem razão aparente.
Em abril, o dentista acionou a apresentadora na Justiça acusando-a de
 causar “danos irreparáveis”. Os advogados da apresentadora afirmam que 
“os comentários ofensivos postados na mídia social que devem ser 
excluídos pelo Facebook por ordem judicial foram desferidos por usuários
 da rede que sensibilizaram-se com a história de agressão do seu animal 
de estimação” e que “Luize não possui nenhum vínculo com esses 
usuários”.
No despacho desta quarta-feira, o juiz afirma que o Facebook deixou 
de cumprir ordem anterior para remover o conteúdo, datada de 8 de abril.
 Dois meses depois, o magistrado reiterou a determinação, mas a empresa 
garantiu que não tinha condições de realizar a ação por não gerenciar a 
infraestrutura do site — sob controle da empresa nos Estados Unidos e 
Irlanda.
De acordo com os documentos presentes no site do Tribunal de Justiça 
de São Paulo, Bonvicino considerou a atitude da companhia uma “afronta” à
 soberania nacional. “Ao desobedecer uma ordem judicial, (a empresa) 
afronta o sistema legal de todo um país. O Facebook não é um país 
soberano superior ao Brasil”, afirma.
Fonte: Portal JH


