Entidades médicas divulgaram ontem (9), carta de repúdio às condições de trabalho dos profissionais,
cubanos ou não, que atuam no Programa Mais Médicos. O Conselho Federal
de Medicina, a Federação Nacional dos Médicos e a Associação Médica
Brasileira alegam que o contrato fere direitos individuais e
trabalhistas.
As
entidades querem que todas as denúncias e os "indícios de
irregularidades" no processo de contratação de intercambistas e de
médicos brasileiros sejam apurados pelo Ministério Público Federal, pelo
Ministério Público do Trabalho (MPT) e pelo Supremo Tribunal Federal.
hoje (10), o MPT ouvirá o depoimento da médica cubana Ramona Rodriguez,
que abandonou o programa na semana passada, alegando que recebia menos
de 10% do valor pago aos médicos inscritos individualmente. Desde o
lançamento do programa, em julho do ano passado, as entidades médicas
defendem que a solução para a falta de profissionais em regiões carentes
é a criação de uma carreira federal, semelhante à dos magistrados, para
médicos do Sistema Único de Saúde, além da estruturação dos locais de
atendimento.