A primeira reunião oficial de meteorologistas para anunciar o primeiro 
prognóstico da quadra chuvosa no sertão nordestino será realizada esta 
semana em Fortaleza, mas uma prévia divulgada sexta-feira na Paraíba 
indica que a situação não é tão grave como se imaginava meses atrás. De 
acordo com relatório elaborado por uma equipe de técnicos, ao final de 
uma reunião convocada pela Secretaria de Infraestrutura e Recursos 
Hídricos do governo paraibano, o semiárido poderá ter chuvas até março 
provocadas por fenômenos meteorológicos transientes, como os vórtices 
ciclônicos. 
Esses fenômenos, que trazem umidade do oceano Atlântico para o 
Continente foram os responsáveis pelas chuvas deste início de ano em 
todas as regiões do Rio Grande do Norte, inclusive elevando o volume de 
água de alguns reservatórios a níveis suficientes restabelecer o sistema
 de abastecimento. É o caso de Equador, suspenso no final do ano 
passado, quando o reservatório usado para captação de água entrou em 
colapso e retomado neste final de semana, segundo informou a Caern.
Na
 reunião de Campina Grande, os meteorologistas constataram um quadro até
 certo ponto animador,levando-se em consideração as condições de ano 
anteriores: "as atuais configurações oceânicas e atmosféricas globais 
indicam a persistência do fenômeno El Niño-Oscilação Sul de intensidade 
moderada na região do oceano Pacífico equatorial. No entanto, os 
resultados das análises climáticas indicam um gradativo enfraquecimento 
 deste fenômeno a partir do mês de março de 2016."
O sertão 
potiguar não tem  inverno regular desde 2011, quando as chuvas encheram 
os principais reservatórios, garantindo o abastecimento de água para 
mais de 1 milhão de pessoas e a produção de culturas de subsistência. Em
 2012, segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte
 (Emparn), que faz a coleta de dados em 197 pluviômetros, o volume de 
chuva ficou muito abaixo das médias históricas em pelo menos 90% das 
cidades. Do total de 167 municípios, 133 ficaram na classificação mais 
grave (muito seco) e 16 na "seco'.


