Um dos ícones do ritmo difundido por
Luiz Gonzaga, o paraibano Pinto do Acordeon criticou duramente a a
distorção do forró e citou como exemplo o cantor cearense Wesley
Safadão, o artista mais concorrido na atualidade. “Aquilo é tudo, menos
forró”, disse Pinto, ontem, ao jornalista Heron Cid, no programa Frente a
Frente, da TV Arapuan.
Natural de Conceição (PB), Pinto
reconhece os méritos de Wesley como show-man, mas defende a distinção.
“Eu ouvi gente chamando ele de rei do forró. Isso eu não assino
embaixo”, cravou.
Outro nome – No auge dos
seus 66 anos com 460 canções gravadas, mais de quarenta anos dedicado à
música e as composições, Francisco Ferreira Lima, nome recebido na pia
batismal, sugere que as bandas do gênero criem um nome para o ritmo que –
na sua concepção – não tem nada de forró.
“Quando gritam lá vem a banda ‘Navio do
Forró’, aí a bateria começa ‘pra escapar’, ‘pra escapar, ‘pra escapar”,
brinca Pinto, usando o termo como onomatopéia do som do instrumento. Ele critica, também, a “pobreza” musical
das letras e o que chama de “apelo” das temáticas da farra, da bebida,
somado à ausência de poesia, melodia e criatividade.