A aliados, Lula reconheceu, no entanto, que, sem cargo na Esplanada
dos Ministérios, Wagner dificilmente terá a exposição necessária para se
promover para a disputa eleitoral. Lula sugere que ex-ministros recém saídos do governo Dilma passem a integrar o comando do partido.
Ricardo Berzoini e Miguel Rossetto serão, por exemplo, escalados para
funções partidárias. Vice-presidente do PT, Paulo Teixeira (SP) afirma
que a proposta é “adensar” a cúpula partidária para a defesa de Dilma
até o julgamento final do impeachment. Há dúvidas sobre a conveniência eleitoral de Wagner engrossar a
cúpula do partido num momento de desgaste da sigla. Além disso, o
ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró afirmou, num acordo de delação
premiada, que em 2006, a campanha do ex-ministro ao governo da Bahia foi
abastecida por propina, o que o petista nega.
Uma eventual candidatura de Haddad dependeria, por sua vez, de sua
reeleição à Prefeitura de São Paulo neste ano. Embora o prefeito seja
presença constante no instituto Lula, o ex-presidente tem recomendado
que a imagem de Haddad seja preservada, evitando-se excessiva associação
ao partido. Em conversas, Lula afirmou ainda que se dedicará agora às eleições
municipais para conter perdas ainda maiores do que as já provocadas pela
Operação Lava Jato e o desgaste do governo Dilma.
O presidente do PT, Rui Falcão, convocou para segunda (16) uma
reunião da Executiva Nacional do PT para discutir a estratégia do
partido no pós-impeachment. Na terça (17), será realizada uma reunião
mais ampla, do Diretório Nacional. A pauta incluirá o debate sobre a
convocação de novas eleições nacionais.

