Há trinta e dois anos a musicalidade na Paraíba não é mais a mesma. No dia 10
de julho de 1982 morria o paraibano José Gomes Filho, o famoso Jackson
do Pandeiro. O cantor e compositor brilhou no forró e no samba, assim
como no baião, xote, xaxado, coco, arrastapé, quadrilha, marcha, frevo,
dentre outros. Depois de uma carreira artística marcada pelo talento ao
manusear o pandeiro, Jackson morreu aos 62 anos de idade, ainda muito
ativo, em Brasília com embolia pulmonar e cerebral.
Jackson nasceu em Alagoa Grande, no Brejo da Paraíba, em 31 de agosto de 1919 e passou boa parte da vida em Campina Grande.
A motivação para a arte nasceu da admiração pelo trabalho da mãe. A
cantadora de coco Flora Maria colocou o filho para tocar zabumba na sua
banda já desde os sete anos de idade.
Em Campina Grande, o ritmista passou a apreciar os filmes de faroeste e
ganhou o apelido de Jackson, inspirado em um personagem americano. Na
Rainha da Borborema trabalhou de padeiro e até foi goleiro de um clube
da cidade. Apaixonou-se pela vida boêmia e passou a tocar vários
instrumentos em bares da cidade.
O moleque de Alagoa Grande já não era mais patrimônio exclusivamente
paraibano. Ele se tornou um fenômeno da música regional e o Brasil
inteiro escutou as músicas e o toque do artista, que ficou conhecido
como o Rei do Ritmo. Especializou-se em fazer canções, composições
belíssimas tendo à mão apenas um pandeiro e já era mais que suficiente
para encantar a todos.