O velório de
Eduardo Campos, iniciado ontem à noite, quando os restos mortais do
ex-governador de Pernambuco chegaram ao Recife, foi também um ato
político, o primeiro da campanha de Marina Silva à presidência da
República. No caminhão
do corpo de bombeiros, estava colada a frase "Não vamos desistir do
Brasil", a última dita por Eduardo Campos, no Jornal Nacional, na
véspera de sua morte.
Ao receber o
caixão do pai, os filhos de Eduardo Campos também usavam uma camisa
amarela, estampada com os mesmos dizeres. Estavam de luto, mas vestiam
algo que transmitia uma mensagem política.
A frase "Não
vamos desistir do Brasil" vem sendo tratada por integrantes do PSB e
colunistas da mídia como o "testamento político" de Eduardo Campos. Visa
atingir uma grande parcela do eleitorado, que hoje parece mais propensa
a anular o voto. A esperança, entre os integrantes do PSB que apoiam a
candidatura de Marina Silva, é que a ex-senadora consiga fisgar esses
eleitores desencantados com a política tradicional.
Do lado de
fora do Palácio das Princesas, que recebeu o caixão de Eduardo Campos,
militantes gritavam "Justiça" e outras palavras de ordem, como se
Eduardo Campos tivesse sido assassinado - e não vítima de um trágico
acidente. Na transmissão, o maior foco se dava em Marina Silva, herdeira
do espólio político de Campos.