A morte de
Eduardo Campos na manhã de quarta-feira (13) muda completamente o
cenário das eleições para presidente da República. Ex-governador de
Pernambuco e neto de Miguel Arraes, Eduardo aparecia em terceiro nas
pesquisas de intenção de votos, na casa de 10% das intenções de voto.
Para aumentar tal índice, começava a explorar sua relação de proximidade
com a ex-ministra do Meio Ambiente no governo do PT Marina Silva, sua
candidata a vice. Agora, Marina desponta como o mais provável nome para
sucedê-lo. É o natural, segundo os políticos.
Abaixo, sete consequências no cenário com a entrada de Marina na disputa.
Comoção nacional
Marina Silva
terá a seu favor a comoção que tomou conta do Brasil. Antes desconhecido
pela maioria dos eleitores, Eduardo Campos entra de forma trágica para a
História. Nos quatro cantos do país, o brasileiro está chocado com o
que aconteceu.
Marina é mais conhecida
Na última
pesquisa do Ibope, divulgada na semana passada, a presidente Dilma
Rousseff (PT) estava com 38% das intenções de voto, o senador Aécio
Neves (PSDB) tinha 23% e Eduardo aparecia com 9%. Nas eleições de 2010,
Marina teve 19% dos votos.
Preocupação para Aécio Neves
Com Marina
Silva no lugar de Eduardo, aumentam as chances de um segundo turno.
Diferentemente do que estava desenhado, há uma forte tendência de Marina
largar com um percentual próximo ao do Aécio, sobretudo porque ela já
disputou uma eleição presidencial.
Preocupação para Dilma Rousseff
Quem anda de
olhos abertos com a movimentação que pode alçar Marina candidata a
presidente são os políticos do PT. Marina é uma ameaça até para a
reeleição de Dilma. Em eventual segundo turno, os votos de Aécio tendem a
migrar para o candidato que disputa contra o PT. Marina é uma ameaça
mais real do que o próprio Aécio.
Voto de protesto
Em 2010,
Marina foi o voto de protesto contra a polarização PT x PSDB. A
população continua insatisfeita com os governos do PT e, nos estados,
com os governos do PSDB. Nenhum candidato tinha conseguido capitalizar
as manifestações populares que tomaram conta do Brasil – nem Dilma, nem
Aécio, nem Eduardo. Marina é o novo.
Alianças nos estados
Mais radical
do que Eduardo, Marina terá dificuldade em alianças nos estados, como em
São Paulo e no Rio de Janeiro. No primeiro, ela foi contra a indicação
de Márcio França para vice na chapa do governador Geraldo Alckmin
(PSDB), candidato à reeleição. No Rio, o deputado Romário é candidato ao
Senado na chapa de Lindberg Farias (PT) para o governo.
Alavancar candidaturas vacilantes
Marina é a
esperança de vitória para outros candidatos a governador. No Distrito
Federal, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB) aparece em terceiro lugar,
com 15% das intenções de voto. Está atrás de Agnelo Queiroz (PT), com
17%, e de José Roberto Arruda (PR), com 37% das intenções, mas que teve a
candidatura cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral. Em 2010, Marina
venceu no Distrito Federal. Tende a repetir a dose na capital, caso
dispute a eleição presidente este ano. Fortalecerá a campanha de
Rollemberg.