Dos 167 municípios do Estado, 152 estão em situação de emergência por
causa da estiagem prolongada. O decreto, o sétimo consecutivo desde
abril de 2012, foi publicado pela governadora Rosalba Ciarlini no final
do mês passado. A secretaria estadual de Agricultura estima um prejuízo
de R$ 4,6 bilhões para a produção agropecuária potiguar, o que
representa uma redução de 56,9% na contribuição do setor rural para a
formação do produto interno bruto (PIB) do Rio Grande do Norte, que é a
soma de todos os bens e serviços produzidos no Estado.
De acordo com o decreto, a maior parte dos reservatórios localizados
no Estado estão com percentual de armazenamento inferior a 50% da
capacidade máxima. O documento acrescenta que, desses reservatórios, há
15 açudes com armazenamento inferior a 10% da capacidade máxima. A
situação se agrava a cada dia mais na região do Seridó. O segundo maior
reservatório hídrico do Seridó, o açude Itans, em Caicó, só tem hoje
7.840.000 metros cúbicos de água. Isso representa 9,59% de sua
capacidade total, que é de 81.750.000 metros cúbicos.
A informação é da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos
Recursos Hídricos (SEMARH) responsável pelo monitoramento do maior
reservatório de Caicó. A medição foi feita nesta segunda-feira, 17. O
Governo reforça que a situação tem deixado a zona rural dos municípios
sem água para produção agrícola e pecuária e também para consumo humano.
A situação é mais critica ainda para 11 mil pessoas que vivem em
Acari e outras 44 mil em Currais Novos e dependem da água do açude
Gargalheiras, que está com 5,6% da capacidade. As prefeituras dizem que a
situação é desesperadora. O Seridó é uma das regiões mais afetadas pela
seca no Nordeste, conhecida pela pouca folhagem e sombra da vegetação.
Para a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN), a
única solução é racionar. Nas duas cidades, a empresa impôs rodízios
para não ter que suspender o abastecimento. Na região, não há boas
precipitações desde o início do ano.
Jornal de Fato