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28 de novembro de 2019

“Fátima Bezerra e Cipriano Maia, inimigos dos servidores da saúde”, afirma representantes do SINDSAÚDE

Nas reuniões com as categorias, a governadora Fátima Bezerra (PT) faz questão de lembrar que já foi sindicalista, mesmo exercendo há 24 anos cargos políticos. A governadora tem um vasto histórico parlamentar. Já foi Deputada Estadual de 1995 a 2002, Deputada Federal 2003 a 2015, Senadora 2015 a 2018 e atualmente é governadora do Rio Grande do Norte, assumindo no início de 2019.

O discurso da boca pra fora as vezes é muito bonito. Lembrar do passado e resgatar suas lutas não faz de Fátima Bezerra e seu secretário de Saúde, Cipriano Maia, representantes dos trabalhadores. Isso não significa apagar suas trajetórias de luta, mas, também, não quer dizer que a Governadora é a mesma de 1992, por exemplo, onde assinou uma tese para o VI Congresso Estadual dos Trabalhadores em Educação do RN quando era professora.

A tese intitulada “Por Um Sinte de Luta Democrático e Plural” denunciava as políticas do governo estadual de José Agripino e seu autoritarismo que impedia o relacionamento democrático com as entidades de classe. “Na sua prática vem dificultando o diálogo com legítimos representantes das categorias de servidores públicos, expressando através de seus assessores que “quem tem que decidir aumento de salários é o governo e o fará na hora certa”.

A Fátima sindicalista era defensora dos interesses dos trabalhadores, do direito de greve e contra o corte de ponto. Mas, como governadora, na prática, vem agindo como Agripino, Wilma de Faria, Rosalba e Robinson Faria. No início de seu mandato como governadora, Fátima criminalizou a greve da saúde, proibindo o direito de fazer greve, mesmo sendo legal e previsto em lei. Na petição que o Governo apresentou, a governadora declarou que a saúde não pode fazer greve. Só após ampla denúncia do Sindsaúde, a governadora voltou atrás da decisão.

Agora, a governadora e seu secretário de Saúde, Cipriano Maia, já conhecido por colocar falta nos servidores da saúde do município de Natal, cortam o ponto dos servidores do estado por lutarem em defesa dos seus direitos. Na última reunião na Sesap, o secretário declarou com todas as letras que “quem se ausenta tem que levar falta”, pois os servidores devem ter compromisso com o trabalho e reafirmou seu posicionamento contra as paralisações.

Os servidores da saúde que ousam lutar estão recebendo falta nos dias de paralisações de advertência. A categoria aprovou em assembleia a realização de paralisações todas as sextas-feiras até que a governadora aponte um calendário dos salários atrasados. A saúde tem motivos de sobra para realizarem paralisações. Estão com salários congelados há mais de 10 anos, não receberam os salários de novembro, dezembro e 13º de 2018. Os corredores são superlotados de pacientes, faltam medicamentos básicos, os serviços são precários, os servidores estão sobrecarregados porque o déficit de profissionais é muito alto.  Portanto, as paralisações da saúde são legítimas e é conseqüência não só dos atrasos salariais, que acometem os servidores estaduais, mas, também, pelas próprias condições de trabalho.

Nós do Sindsaúde RN repudiamos as faltas arbitrárias e a postura autoritária do Governo Fátima. Exigimos que as faltas sejam restituídas e abonadas aos servidores. É inadmissível que a governadora que se diz de origem popular e ex-sindicalista use as mesmas práticas de governos que até então era oposição no passado. A governadora utiliza argumentos do próprio Zé Agripino que justificava a falta de recursos financeiros para não pagar os servidores, enquanto isso, não taxa a dívida dos maiores devedores do Estado.

O tempo de desculpas acabou, governadora! Se não tem dinheiro, corte dos ricos e empresários e pare de adotar medidas protecionistas anistiando essas dívidas. Pare de cortar na carne dos servidores, daqueles que mais precisam e que mesmo trabalhando em condições precárias e desumanas doam seu suor para salvar a vida da população mais necessitada.

SINDSAÚDE
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