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2 de setembro de 2025

1 em cada 3 adolescentes está acima do peso no RN

O Rio Grande do Norte registra aumento preocupante de excesso de peso entre adolescentes. Levantamento da ImpulsoGov, com base no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), mostra que em 2024, 35% dos jovens de 10 a 19 anos no estado estavam acima do peso, contra 25% em 2014, um salto de dez pontos percentuais em dez anos.

Entre os municípios potiguares, as maiores taxas de obesidade adolescente são em Augusto Severo (53,8%), São José do Seridó (51,5%) e Ouro Branco (48,2%). O levantamento revela que o excesso de peso atinge todas as regiões do estado, incluindo cidades maiores como Natal, onde 36,4% dos adolescentes estão acima do peso, e Mossoró, com 37,5%. Em Parnamirim, o índice é de 35,3%, enquanto em cidades menores como Acari chega a 37,7% e em Assú a 33%. O estudo evidencia que, embora haja variação entre municípios, o problema é generalizado e crescente entre os jovens potiguares.

Cenário distinto entre crianças pequenas

Apesar do avanço do sobrepeso na adolescência, a realidade entre crianças menores de cinco anos é diferente. No RN, o excesso de peso nessa faixa etária caiu de 22% em 2014 para 18% em 2024. Mesmo assim, o estado segue entre os que registram os maiores percentuais do país para crianças pequenas.

A pesquisa também aponta que a desnutrição entre adolescentes permanece estável em 4% desde 2014, enquanto entre crianças de até 5 anos houve queda de 7% para 5% na última década. Esses dados mostram que, embora o excesso de peso cresça, parte da população infantil mantém índices de nutrição mais equilibrados.

Hábitos alimentares preocupam especialistas

O estudo revela ainda que os hábitos alimentares da juventude potiguar seguem tendências nacionais de consumo. Oito em cada dez adolescentes consomem alimentos ultraprocessados, 64% ingerem bebidas adoçadas e 61% fazem refeições em frente à televisão, computador ou celular.

Apesar desses padrões, a base da alimentação tradicional continua presente: 82% consomem feijão, 74% frutas e 70% verduras ou legumes. A combinação de alta ingestão de ultraprocessados e manutenção de alimentos básicos reflete um cenário complexo de dieta e saúde entre os jovens do estado.

A evolução dos números reforça a necessidade de políticas públicas voltadas à prevenção da obesidade e promoção de hábitos saudáveis desde a infância, para evitar que o problema se agrave nas próximas gerações potiguares.

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