Os cinco principais reservatórios de água administrados pelo
Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) no Rio Grande do
Norte encontram-se em situação crítica ou completamente secos neste fim
de 2015. Dados levantados na última terça-feira (22), divulgados pelo
setor de monitoramento da instituição, registram que a barragem Armando
Ribeiro Gonçalves – maior reservatório do estado, responsável pelo
abastecimento de muitos municípios do norte e oeste potiguares – conta
com 20,8% de sua capacidade de armazenamento, que é de 2,4 bilhões de
m³. O reservatório chegou ao fim do ano com apenas 499,5 milhões de m³.
Situações mais graves são encontradas em outros quatro açudes
potiguares, que estão praticamente secos. O Itans, por exemplo, que tem
capacidade para 81.750.000m³, conta atualmente com apenas com 885.000m³,
ou 1,08% de capacidade; O de Sabugi (65.335.000m³), conta com atuais
3.217.000m³, que representam pouco menos de 5% do potencial de uso do
equipamento.
“De acordo com previsões do INPE e do INMET, para o período de
janeiro a março de 2016, a região Nordeste terá maior probabilidade de
chuva na categoria abaixo da faixa normal climatológica, com variações
entre 25 a 40 por cento da média chuvosa. Esses dados são preocupantes
tendo em vista a situação atual em que se encontram os reservatórios
nordestinos”, informou o Dnocs.
Na última quarta-feira (23), o governador Robison Faria afirmou que
já pediu ao governo federal recursos para atendimento emergencial da
população potiguar, que enfrenta os efeitos da estiagem prestes a entrar
no seu quinto ano. Até o momento, entretanto, o RN só teria recebido
cerca de R$ 4 milhões, o que seria insuficiente. O governo solicitou
audiência com a presidente da República, Dilma Rousseff para tentar
sensibilizá-la a respeito da urgência dos repasses.
Mais de 120, dos 167 municípios potiguares estão em situação de
emergência. Somente para o abastecimento de duas cidades do Seridó
(entre elas, Currais Novos) o estado gasta mensalmente R$ 50 milhões.
“Esse dinheiro que estamos pedindo não é nem para obras de combate à
seca. É um recurso urgente para atendimento emergencial da população,
para não deixar as pessoas morrerem de sede”, disse o governador.