Com o crescimento global desacelerando, a expansão de 0,4% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre deste ano acabou sendo destaque num ranking de 40 países elaborado pela agência de classificação de risco Austin Rating. O país ficou atrás apenas da Indonésia, que apresentou crescimento de 1% no período em relação ao primeiro trimestre, e dos Estados Unidos, que cresceu 0,5% entre os meses de abril, maio e junho.
O Brasil ficou ao lado de países como China e Ucrânia, que também registraram expansão de 0,4% no segundo trimestre, e à frente de nações como Coreia do Sul (0,3%), Holanda (0,1%), Chile (0,2%), Portugal (0,1%) e Finlândia (0,2%).
– O resultado do PIB surpreendeu no trimestre. Na minha expectativa, o PIB até viria negativo. Mesmo assim, o número mostra que o governo tem muitos desafios para que o Brasil volte a crescer com consistência, dando andamento às reformas estruturais. Quando olhamos o crescimento do segundo trimestre, o Brasil teve expansão de país desenvolvido, mas ainda tem necessidades de nação emergente – diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating e autor do ranking.
Ele observa que, embora a China tenha crescido 0,4% no segundo trimestre, quando se olha o PIB anualizado, considerando os últimos 12 meses, a expansão é de 6,2%, enquanto o Brasil cresce apenas 1% no mesmo período. Nessa comparação, o PIB brasileiro fica na 36ª posição em um ranking de 42 países, também segundo a Austin Rating.
– Há trimestres em que a China cresce pouco e depois cresce muito nos demais. É preciso lembrar que o PIB não é o estoque de crescimento de um período, mas tem que ser analisado como um fluxo de crescimento interanual – diz Agostini.
Para o segundo semestre, a expectativa é melhorar o desempenho do PIB brasileiro, com a injeção de recursos do FGTS, o avanço da reforma da Previdência no Senado e a discussão tributária entrando na pauta. De acordo com Agostini, os bancos também já começam a conceder mais crédito: